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Ucranianos são torturados e submetidos a violência sexual em centros de detenção russos em Kherson, diz relatório

Pelo menos 43% dos detidos mencionaram explicitamente práticas de tortura por parte dos guardas russos

02/08/2023 às 09h32
Por: Tribuna Popular Fonte: CNN
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Vasco Cotovio/CNN - A bandeira ucraniana está pendurada no topo de um centro de detenção usado pelas forças russas para prender e torturar soldados ucranianos, dissidentes e guerrilheiros
Vasco Cotovio/CNN - A bandeira ucraniana está pendurada no topo de um centro de detenção usado pelas forças russas para prender e torturar soldados ucranianos, dissidentes e guerrilheiros

Quase metade dos ucranianos mantidos em centros de detenção em Kherson pelas forças russas foram submetidos a tortura generalizada, incluindo violência sexual, de acordo com um novo relatório publicado nesta quarta-feira (2).


O relatório, compilado pela Mobile Justice Team, parte do Atrocity Crimes Advisory Group (ACA) patrocinado pelo Reino Unido, União Europeia e Estados Unidos, foi criado pelo escritório de advocacia e fundação internacional de direitos humanos, Global Rights Compliance, em abril de 2022.


O novo relatório revela a análise de um conjunto inicial de 320 casos de detenção em Kherson, em mais de 35 centros identificados.


Dessas vítimas, tanto homens quanto mulheres, pelo menos 43% mencionaram explicitamente as práticas de tortura nos centros de detenção, citando a violência sexual como uma tática comum imposta a eles pelos guardas russos, com resultados preliminares mostrando que os militares eram os mais propensos de sofrer tortura.


Um dos autores do relatório diz que aqueles com famílias militares também foram alvos.


“Muito é apenas punição e, além da punição pelo serviço militar real [de seu familiar], também é punição, ao que parece, por ser realmente um cidadão ucraniano”, disse à CNN Anna Mykytenko, consultora jurídica sênior e gerente nacional da Ucrânia para Global Rights Compliance.


Pelo menos 36 vítimas do grupo analisado mencionaram o uso de eletrocussão durante os interrogatórios por parte dos guardas russos, muitas vezes nas áreas genitais.


Outras vítimas mencionaram ameaças de mutilação genital, e pelo menos uma vítima foi forçada a testemunhar o estupro de outro detento por um objeto estranho coberto por um preservativo.


“Em relação aos homens, a maioria dos crimes é tortura sexualizada, e isso geralmente é tortura da genitália, então é uma forma de punição [por ser ucraniano] e meio que os impede de ter filhos”, acrescenta Mykytenko.


O relatório acrescenta que sufocamento, afogamento simulado, espancamentos severos e ameaças de estupro foram outras técnicas comumente usadas contra vítimas por guardas russos nas câmaras de tortura de Kherson, segundo a unidade especializada.


Mykytenko diz que esses padrões de estupro e tortura apontam para uma intenção russa de erradicar a identidade ucraniana.


“Há uma espécie de intenção de destruir ou eliminar a identidade ucraniana porque, em alguns casos, pode-se ver que aqueles capturados ou, às vezes, quase caçados, tinham bandeiras ucranianas ou outros símbolos do estado”, disse.


O advogado Wayne Jordash, sócio-gerente e cofundador da Global Rights Compliance, compartilhou uma visão semelhante, dizendo que as táticas de violência sexual sendo descobertas ressaltam o plano de Putin de extinguir a identidade ucraniana e incluem uma série de crimes que evocam o genocídio.


“No mínimo, o padrão que estamos observando é consistente com um plano cínico e calculado para humilhar e aterrorizar milhões de cidadãos ucranianos a fim de subjugá-los ao ditame do Kremlin”, disse em comunicado que acompanha o relatório.


Mykytenko acredita que alguns dos padrões vistos em Kherson podem ser eventualmente considerados genocidas, embora ela reconheça que é difícil provar.


A Rússia negou as acusações de tortura e abusos dos direitos humanos na Ucrânia, apesar das evidências contundentes em contrário, investigadas, compiladas e compartilhadas por organizações internacionais de direitos humanos e de notícias.


As autoridades russas ainda não comentaram o relatório.

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