Serra Leoa declara toque de recolher em todo o país após ataque a quartéis

Serra Leoa declarou toque de recolher em todo o país depois que homens armados não identificados atacaram um quartel militar e tentaram invadir um arsenal na capital, Freetown, disse o governo neste domingo (26).

Ainda assim, o comunicado das autoridades ressaltou que as forças de segurança estavam no controle da situação.

“Nas primeiras horas de domingo, alguns indivíduos não identificados tentaram invadir o arsenal militar no quartel de Wilberforce. As tentativas foram repelidas”, pontuou o ministro da Informação, Chernor Bah, na nota.

“Um toque de recolher nacional foi declarado, com efeito imediato. Aconselhamos fortemente os cidadãos a permanecerem em casa”, acrescentou.

A situação política no país da África Ocidental permanece tensa desde a reeleição do presidente Julius Maada Bio, em junho, cujo resultado da eleição foi rejeitado pelo principal candidato da oposição.

Os protestos antigovernamentais que resultaram na morte de seis agentes da polícia e de pelo menos 21 civis em agosto passado foram uma tentativa de derrubar o governo, alegou à época o presidente Maada Bio.

Em uma mensagem publicada nas redes sociais do presidente neste domingo, ele disse que houve uma violação de segurança quando alguns indivíduos não identificados atacaram o arsenal militar.

“À medida que a equipe combinada das nossas forças de segurança continua a expulsar os remanescentes em fuga, foi declarado um recolher obrigatório a nível nacional e os cidadãos são encorajados a permanecer em casa”, dizia o post.

Houve oito golpes militares na África Ocidental e Central desde 2020, ferindo a democracia repetidamente em uma região que parecia estar fazendo progressos na eliminação do seu apelido de “cinturão golpista”.

Tiros esporádicos ainda podiam ser ouvidos nas ruas vazias de Freetown, perto do quartel, neste domingo, disse um repórter da Reuters que encontrou um grupo de soldados.

“Vamos limpar esta sociedade. Sabemos o que estamos fazendo. Não estamos atrás de civis comuns que deveriam cuidar de suas atividades normais”, advertiu um dos homens mascarados em uniforme militar antes de partir.