Ocupando uma das vagas de cidades mais arborizadas do mundo, Campo Grande é também reconhecida pelas suas imponentes árvores que estão prestes se tornar centenárias e aquelas que já tem mais de 100 anos de idade. Para se manter nesse seleto grupo, a cidade precisa lidar com mortes de exemplares que há décadas moram por aqui.
Entre figueiras, ingazeiros e falsas-seringueiras, a Capital tem algumas emblemáticas como as da Afonso Pena e Mato Grosso. Outras mudam o visual das vias como a Avenida Brilhante e a da Rua Assef Buainain, que virou até ponto de referência, segundo moradores.
De acordo com a Semadur (Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana), há uma maior fiscalização e cuidado os espécimes da Afonso Pena e Mato Grosso, mas as que apareceram em outras localidades o controle é menor.
A pasta informou que cada árvore recebe o cuidado de acordo com a sua necessidade. Por exemplo, algumas recebem a dendrocirurgia, que é a retirada de tecidos necrosados para evitar sua morte.
Outra forma de intervenção comum e realizada na Capital é a aplicação do óleo de Neen, para combater fungos e bactérias, além da poda para a retirada dos galhos secos.
Figueiras formam corredor de sombra para o campo-grandense na Afonso Pena. (Imagem: Leonardo de França/ Jornal Midiamax)
Documento elaborado pela Semadur em agosto de 2018 mostra que as 43 figueiras da Afonso Pena (24) e da Mato Grosso (19) apenas oito apresentaram boa situação de saúde.
As demais 35 tinham, pelo menos, um grau de comprometimento e há sinais de que todas elas já passaram por procedimento dendrocirúrgico.
Campo Grande perdeu duas árvores históricas nos últimos meses. A mais emblemática, a falsa-seringueira localizada na praça do Rádio, começou a ser retirada nesta semana por conta de uma necrose e infestação de cupins.
Primeiramente, ela passou por uma poda radical e a esperança era que ela brotasse de forma mais sadia, mas o diagnóstico indicou péssimo estado fitossanitário, falta de vitalidade, risco de queda de partes, necrose no fuste (a parte principal do tronco da árvore, entre o solo e as primeiras ramificações) e ramos e infestação de cupins e fungos, principalmente nos ramos mais altos e espessos.
Em junho, uma das figueiras, no canteiro da Afonso Pena, em frente Escola Joaquim Murtinho, também precisou ser removida em fevereiro. Um clone foi colocado em seu lugar.
Conforme o secretario Luís Eduardo Costa, da Semadur, mudas – os clones – dessas árvores quase centenárias são cultivadas em um viveiro para situações como esta.
Segundo a Semadur, há cerca de 228.830 árvores na cidade, conforme atualização das imagens de satélite de 2016, realizada pela Gerência de Fiscalização de Arborização.
Isto ajudou Campo Grande conseguir a colocação entre as 59 cidades mundiais a integrar o “Tree Cities of the World” (cidades arborizadas do mundo, em tradução livre do inglês), que reconhece cidades com boas políticas de arborização, em lista promovida pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e pela Fundação Arbor Day.
Figueira morreu na Afonso Pena, mas um clone a substituiu. (Imagem: Leonardo de França/ Jornal Midiamax)
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