Com quase 500 quilômetros de fronteira seca com Mato Grosso do Sul, o Paraguai lidera o tráfico de armas na América Latina e Caribe. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (19) e apontam o país sul-americano no ranking desse tipo de crime ao lado da Jamaica e à frente de Brasil, Colômbia, México e Venezuela.
Segundo a Iniciativa Global contra o Crime Organizado Internacional, em 2023 o Paraguai recebeu índice de 9,0, liderando o ranking de tráfico de armas na América Latina e Caribe.
No dia 5 de dezembro do ano passado, a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai e a Polícia Federal brasileira desencadearam a Operação Dakovo, que desmontou o maior esquema de tráfico de armas da história no Continente.
Através da empresa (Internacional Auto Suply), fuzis e pistolas eram importados legalmente de países do leste europeu para o Paraguai. Com a conivência e participação de militares paraguaios, o armamento era desviado para o submundo do crime.
Estimativa da Senad aponta que ao menos 43 mil armas importadas pela IAS foram destinadas a facções criminosas brasileiras. Empresários, militares e traficantes de armas estão presos, mas os líderes do esquema, o argentino Diego Dirisio e a mulher dele, Julieta Nardi, seguem foragidos.
Conforme a Iniciativa Global contra o Crime Organizado Internacional, a liderança do Paraguai no tráfico de armas se deve principalmente à corrupção generalizada em vários níveis do governo, setor privado e Exército, à falta de sistema de registro apropriado e à influência das organizações criminosas, principalmente brasileiras.
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