A brasileira vítima de estupro coletivo na Índia e o marido, que também foi agredido, se posicionaram nesta segunda-feira (4) sobre críticas que o casal tem recebido na internet.
No perfil que ela e o marido mantêm nas redes sociais para divulgar relatos sobre suas viagens de motocicleta pelo mundo, a mulher diz que foi criticada pelas circunstâncias em que o casal teria se colocado, viajando para um local considerado perigoso.
“Isso [violência] pode acontecer com qualquer pessoa: com a sua filha, irmã, mãe, e em qualquer país do mundo. Ninguém está livre. Isso já aconteceu muitas vezes na Espanha, no Brasil e na América. Então não diga bobagens pelo fato de estarmos na Índia”, disse ela.
“Nós já acampamos em 66 países: Irã, Afeganistão, Paquistão… muitos países que são considerados ‘perigosos’, e nós nunca tivemos problemas. Nós pedimos que a justiça seja feita, não só por nós, mas também por todas as outras mulheres e meninas que passaram por isso.”
O casal acampava no país na sexta-feira (1º) quando afirmam ter sido atacados. Na ocasião, a brasileira relatou às autoridades que foi estuprada por sete homens, dos quais três suspeitos foram presos, de acordo com a polícia local.
Anteriormente, ela fez um vídeo com o marido para agradecer o apoio que recebeu e pedir às pessoas que não ajam com preconceito contra o país asiático.
“Não pense que a Índia é assim, porque não é verdade”, disse o casal. “Os indianos são boas pessoas. Encontramos alguns indesejáveis, mas não podemos generalizar”, disse a brasileira.
O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo (3) que a embaixada do Brasil em Nova Delhi, capital da Índia, acompanha e presta “toda a assistência consular cabível” à brasileira que foi estuprada por sete homens no estado de Jharkhand.
Em nota, o Itamaraty afirmou que tem feito o atendimento de forma coordenada com a embaixada da Espanha, visto que a brasileira, casada com um espanhol, tem dupla cidadania.
“Imediatamente após tomar conhecimento dos fatos, a embaixada do Brasil em Nova Delhi procurou contato com a cidadã brasileira e as autoridades locais. Paralelamente, diante da informação de dupla nacionalidade brasileira e espanhola, a embaixada do Brasil coordenou-se com a embaixada da Espanha, que informou estar prestando assistência consular às vítimas”, relatou.
(Publicado por Gustavo Zanfer, com informações de Jussara Soares, da CNN, e Renata Okumura, do Estadão Conteúdo)
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