Na manhã desta terça-feira (23), a Polícia Federal deflagrou a operação “Moto-perpétuo” com objetivo de recuperar dinheiro que teria sido desviado do Sistema Único de Saúde (SUS), além de desarticular uma possível organização criminosa envolvida na ocultação desses bens.
Com apoio da Receita Federal, 55 policiais federais cumprem 13 mandados de busca e apreensão em casas e empresas ligadas aos suspeitos. Os mandados são em Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Balneário Camboriú (SC).
A investigação iniciou após suspeitas levantadas durante a Operação Fidúcia. Na ocasião, foi identificado um esquema em que os investigados utilizavam Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs) para fraudar licitações e desviar recursos públicos do SUS, totalizando um desvio de aproximadamente R$ 14 milhões nas cidades objeto da investigação.
Segundo o delegado Mateus Calabresi, a investigação atual angariou novos elementos, indicando que os investigados teriam adquirido diversos bens em nome de terceiros para ocultar tais ganhos ilegais. Esses bens foram registrados em empresas fictícias ou em nome de “laranjas”, com o auxílio de um advogado e um contador.
A Justiça determinou medidas como o sequestro de dez imóveis, avaliados em mais de R$ 20 milhões, e a apreensão de carros de luxo. Ainda foi autorizada a apreensão de valores acima de R$ 10 mil e a indisponibilidade de cotas sociais de duas empresas, cujo capital totaliza R$ 500 mil.
Desse modo, a investigação identificou quase R$ 30 milhões em bens ocultados.
Os crimes sob investigação incluem lavagem de capitais, associação criminosa e organização criminosa, com penas que podem chegar até 18 anos de prisão.
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