Mandatos de busca e apreensão contra quadrilha especializada no tráfico internacional de drogas e armas foram cumpridos em condomínios de luxo e mansões em Mato Grosso do Sul.
A Polícia Federal deflagrou, ontem duas operações, a Sordidum e a Prime, ambas com o objetivo de combater organizações criminosas dedicadas ao tráfico internacional de drogas e armas com ramificações dentro do Estado e em outras unidades da federação.
Com os chefões em Mato Grosso do Sul foram apreendidos, em condomínios de luxo, diversos maços de dinheiro, joias e relógios de alto valor, carros de luxo, junto com armas, facas e munições.
Segundo a Polícia Federal, no Estado, os mandatos de busca e apreensão ocorrerem nas cidades de: Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Caarapó e Bonito.
Os mandados em Mato Grosso do Sul se concentraram em pontos conhecidos da rota do tráfico, como os municípios de Dourados e Ponta Porã.
Durante as ações da operação, que ocorrerem na manhã de ontem, foi identificado que uma das apreensões aconteceu no Residencial Porto Madero, um condomínio de luxo em Dourados.
No município, as unidades da Polícia Federal também estiveram na frente das empresas: Referência Construtora e Incorporadora, Primeira Linha Acabamentos e na Focco Imobiliária, ambas localizadas na Avenida Weimar Gonçalves Torres.
Outras ocorrências das operações aconteceram simultaneamente em mais 10 Estados, sendo eles: Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo.
SUSPEITO
Conforme apuração do Correio do Estado, em um dos mandatos que aconteceu em Ponta Porã, dentro da operação Prime, um homem foi preso em flagrante em sua residência, localizada próximo ao aeroporto de Ponta Porã , com duas armas (revólver calibre.22 e uma pistola .63.5) que estavam guardadas e desmuniciadas.
A Polícia Federal deu voz de prisão ao homem por posse ilegal de arma de fogo, sendo assim conduzido até a Delegacia de Polícia Federal em Ponta Porã.
O suspeito que não tinha passagem pela polícia, alegou possuir uma empresa de engenharia, prestou depoimento na delegacia e foi solto após pagar fiança de um salário mínimo.
De acordo com a Polícia Federal, para movimentação e ocultação dos valores e bens, o grupo utilizava doleiros atuantes na fronteira do Brasil com países vizinhos, além da criação de empresas de fachada, negócios que ocultavam seus serviços e pessoas que serviam para a quadrilha como intermediários das ações.
MODO DE OPERAÇÃO
O grupo investigado, de acordo com a PF, enviava drogas a países da América Central, e conforme apuração da polícia, em um período de três anos a quadrilha de tráfico internacional transportou, pelo menos, seis toneladas de cocaína para essa região.
Foram empenhados nas operações por todo o país 273 policiais federais, para o cumprimento de 64 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, apreensão de cerca de 90 imóveis identificados e bloqueio de bens e valores contra cerca de 80 pessoas e empresas envolvidas.
Além dos crimes de tráfico de drogas e uso de armas de fogo, o grupo criminoso que está sendo investigado, segundo a Polícia Federal, também está envolvido com evasão de divisas, falsificação de documentos públicos, tortura, dentre outros crimes.
O dinheiro era lavado por meio de doleiros atuantes na fronteira com países vizinhos, além da criação de empresas de fachada e laranjas.
No vizinho Mato Grosso a operação foi deflagrada nos municípios de Confresa, Barra do Garças, Guiratinga e Tesouro. No único estado da região Norte do país que houve as diligências, o Pará, que fica mais próximo da América Central, onde as drogas eram enviadas, a PF realizou a operação nas cidades de: São Félix do Xingu, Xinguara, Tucumã e Redenção.
Em São Paulo a operação ocorreu apenas no município de Santa Fé do Sul. Já no Rio de Janeiro, a ação se concentrou em Duque de Caxias.
Em Goiás outros dois municípios tiveram apreensões (Minaçu e Goiânia).
Ao todo, 27 municípios de todas as regiões do país tiveram ações deflagrados dentro das operações.
SAIBA
A investigação contra o tráfico internacional de drogas envolveu 27 municípios de todo o País, mas começou em Mato Grosso do Sul, por isso o Estado concentrou o maior número de mandados de busca e apreensão da operação.
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