Pesquisadores estão preocupados com o assoreamento e seca do Rio Miranda, em Mato Grosso do Sul. O principal motivo é o comprometimento da nascente, tomada pela supressão da vegetação e passagem de gado para tomar água, de acordo com o coronel Ângelo Rabelo, diretor do IHP (Instituto Homem Pantaneiro).
O diagnóstico foi dado através de trabalho em campo e colhendo informações com moradores da região.
“Tem atividade turística, pecuária, quando diminui o volume impacta outros rios da mesma bacia. Fomos na nascente, o grau de comprometimento diminui o aporte da água, carreia sedimento. São lugares que no extremo da seca atravessa a pé”, diz Rabelo.
Segundo ele, algumas ações de recuperação estão sendo tomadas, como parceria para “guardião” da nascente através de apoio das fazendas no entorno do rio. “A supressão da vegetação acaba diminuindo o volume de água na nascente, você tem gado entrando na nascente para beber água, provocando erosão, como também pisoteando a margem”, explica.
Sobre a seca, Rabelo explica que “qualquer chuva” ajuda a subir o nível do rio rapidamente, mas que pequenos córregos acabam contribuindo para levar mais sedimentos ao rio. “O comprometimento da nascente traz um risco”, alerta.
No boletim de quinta-feira (26) da Sala de Situação, do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o nível do rio Aquidauana/Miranda não aparece em situação de alerta. A medição aponta para altura de 2,46 em Miranda, mesmo sem chuva. O índice é considerado normal pelo Imasul.
O trabalho de recuperação do rio continua com definições de estratégias com proprietários rurais para evitar atividades pecuárias na nascente e também instalações de estações meteorológicas. “O Rio Miranda tem uma calha muita bem definida”, mas a chuva rápida pode “maquiar” a situação e levando risco aos moradores da região. –
*Campo Grande News
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