O Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) está contestando o relatório que apontou a presença de agrotóxicos na Bacia Hidrográfica do Rio Formoso e foi apresentado no mês passado em reunião do Comdema (Conselho Municipal de Meio Ambiente) de Bonito.
Simazina, Tiametoxan, Fipronil e Carbendazim são os nomes dos pesticidas encontrados pela análise que é contestada.
Em nota divulgada nesta sexta-feira (2), o órgão estadual afirma que analisou o estudo e "encontrou inconsistências, como a ausência de data e metodologia de coleta das amostras, dificultando uma análise aprofundada".
Faltam informações sobre o processo de coleta, segundo o Imasul, o que compromete a precisão dos dados.
O instituto também aponta que o laboratório responsável pelo estudo não é acreditado no que fez, ou seja, não tem certificação para analisar a presença ou não de agroquímicos na água. Ele tem acreditação para avaliação apenas de alimentos, diz a nota.
Afirma ainda que é necessário estudar pontos de coleta que representem "a realidade da bacia hidrográfica", ao contrário dos locais escolhidos pelo estudo questionado, que sugere terem sido selecionados "pela facilidade de acesso, geralmente em pontes ao lado das estradas".
Sobre os traços de agrotóxicos registrados pelo relatório, argumenta que "foram tão baixos que, muitas vezes, nem o laboratório conseguiu quantificar" e que os números são inferiores aos limites estabelecidos como seguros para o consumo humano pela Portaria do Ministério da Saúde nº 888, de 4 de maio de 2021.
"O Imasul reforça que, embora alguns pontos apresentem traços de defensivos agrícolas, as quantidades são tão baixas que não representam risco para a saúde da população e dos turistas de Bonito", destacou.
O relatório foi apresentado pela Fundação Neotrópica do Brasil, de Bonito, e produzido pelo LARP (Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas) da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria).
Falta estrutura - Na mesma nota, o mesmo órgão estatal admite que não possui equipamentos específicos para monitorar a presença de pesticidas nos rios.
Acrescenta que realiza monitoramento trimestral no Rio Formoso (3 pontos), Rio Mimoso (2 pontos), Rio da Prata (3 pontos), Córrego Bonito (4 pontos) e Córrego Saladeiro (1 ponto) – que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Formoso.
O que diz a Neotrópica - Organização sem fins lucrativos que existe há 30 anos, a Fundação Neotrópica realiza pesquisa e recuperação de ecossistemas, cria unidades de conservação e coordena projetos de educação ambiental.
A reportagem entrou em contato com seu responsável e falou sobre a contestação. Ele defendeu a seriedade da análise, mas informou que se manifestará posteriormente.
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