Apenas duas horas de chuva intensa causou diversos estragos principalmente na Vila Popular. Moradores que tem casa próximo ao córrego Imbirussu tiveram suas casa invadidas pela água na madrugada de ontem e o dia foi de limpeza e lamentação por quem perdeu tudo, e ainda não sabe como recomeçar.
De acordo com o meteorologista Natálio Abrahão, das 2h35 às 4h40 da madrugada foram registrados mais de 96 milímetros de água por metro quadrado, na região do Sóter. No Centro foram 49,4 mm sendo que o esperado para o mês é de 174,2 mm para a cidade. Na rotatória que fica entre as avenidas Rachid Neder e Ernesto Geisel o asfalto não suportou a força da água e placas foram arrancadas, ficando na via.
Durante a terça-feira foram registradas chuvas rápidas, mas a que piorou a situação dos córregos que cortam a cidade foi na madrugada.
De acordo com a prefeitura de Campo Grande, o Imbirussu é localizado na região noroeste da zona urbana, ee e é composto pelos Córregos Zé Pereira, Serradinho e Imbirussu, abrangendo 12 bairros, entre eles Panamá, Popular, Nova Campo Grande, Núcleo Industrial, Taveirópolis e Caiobá. Sendo os mais prejudicados.
Na tarde de ontem os moradores ainda tentavam dimensionar o tamanho do estrago e salvar alguns móveis que ficaram molhados. “Acordamos com o vizinho, a água veio da de cima. Lá da Euller de Azevedo (avenida). Saí com meu marido e dois filhos com a água no peito. Meu filho é autista, toma remédio controlado, peguei a mochila dele e saímos. Depois voltei para buscar as cachorras”, relatou Maira de Oliveira, de 34 anos, moradora da Vila Popular. Quem puder fazer doação para a família pode entrar em contato pelo 67.99107-8569.
O marido, Paulo Sérgio, relatou que tentou segurar a geladeira para não tombar, mas desistiu quando ouviu o grito do filho de três anos.
Assim como a vizinha, Jokmara Penaves, de 40 anos, também saiu de casa às pressas. Ela e os três filhos acordaram com a buzina que vinha da rua e foram ver o que estava acontecendo. “Sorte que fomos olhar o que era. Quando vimos a água já por cima do muro. O problema é a comporta do JBS que fica fechada. Alaga tudo aqui porque deixam fechada lá embaixo”, mostrando a direção do frigorífico.
Moradora do bairro há 24 anos, Lúcia Miranda, de 54 anos, disse que na tarde de terça-feira (12) foi na comporta da barragem do frigorífico e abriu o local para dar mais vazão na água. “Há anos eu e meus filhos vamos lá abrir para não alagar aqui. Se chover e estiver fechada alaga tudo. Mas alguém deve ter fechado durante à noite. Perdemos tudo. Alagou a rua toda”, desabafou.
O Correio do Estado esteve no local da barragem e um funcionário que não quis se identificar afirmou que a vazão da água estava liberada na hora da chuva e disse ainda que não tem como diminuir a vazão. “Aqui nós captamos a água que tratamos para usar na indústria”, alegou.
O Coronel Armindo Franco, chefe da Defesa Civil de Campo Grande, informou que foi necessário conversar com a empresa para pedir que a barragem fosse aberta e após isso o “problema foi solucionado”.
A JBS foi procurada para prestar esclarecimentos com relação barragem que fica ao lado da empresa, mas até o fechamento deste material não respondeu a demanda.
LUZ
Confira vídeo:
https://youtu.be/mAu8Y_dSRp8
*Correio do Estado
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