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Banco Central vira piada ao tentar 'desmentir fake news' do Pix com memes e música

Tentativa de aliviar polêmica do Pix com memes deixa Banco Central em saia justa

16/01/2025 às 08h20 Atualizada em 16/01/2025 às 08h34
Por: Tribuna Popular Fonte: Álvaro Pereira FIlho
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Banco Central publica vídeo bem-humorado sobre Pix | Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil / CP
Banco Central publica vídeo bem-humorado sobre Pix | Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil / CP

Na tentativa desastrada de conter o desgaste causado pela polêmica em torno da nova normativa da Receita Federal sobre o monitoramento de transações financeiras, o Banco Central (BC) protagonizou um dos episódios mais constrangedores de sua história recente. Antes da revogação oficial da medida, anunciada nesta quarta-feira (15), a autarquia publicou um vídeo em suas redes sociais que, em vez de transmitir seriedade e esclarecer as dúvidas da população, optou por um tom cômico repleto de memes, referências pop e até a música "Descer para BC", um hit recente que viralizou nas redes sociais.

O vídeo, que parecia mais uma peça publicitária de um influenciador digital do que um comunicado oficial de uma das instituições mais respeitadas do país, usou desde cenas da novela "Mulheres de Areia" até trechos da série americana “The Office” para tentar desmentir as fake news sobre uma suposta taxação do Pix. Tudo isso embalado por uma trilha sonora que faz alusão à confusão entre "Balneário Camboriú" e "Banco Central".

Enquanto o objetivo declarado do vídeo era desmentir informações falsas – como a alegação de que o Pix seria taxado ou que o sigilo bancário seria quebrado –, a execução levantou sobrancelhas. A produção, que deveria reforçar a credibilidade do BC, acabou virando motivo de chacota nas redes sociais e gerou ainda mais dúvidas sobre a postura do governo em relação à medida polêmica.

Crise de credibilidade

O fiasco do vídeo deixa claro o nível de improvisação na comunicação oficial. É de se esperar que uma instituição do porte do Banco Central tenha uma abordagem técnica, clara e direta, especialmente diante de uma medida que gerou tanta controvérsia e desinformação. No entanto, o uso de memes e humor descontextualizado parece ter sido mais um tiro no pé do que uma solução eficaz para combater as fake news.

Vale lembrar que a medida revogada pelo governo previa o monitoramento de transações financeiras acima de R$ 5 mil por mês para pessoas físicas, o que, segundo críticos, funcionaria como um "imposto indireto", já que aumentaria o escrutínio sobre os cidadãos e as microempresas. Embora o BC tenha tentado reforçar que não haveria cobrança direta, o simples fato de recorrer a memes para explicar o tema acabou soando como um desrespeito à gravidade da questão.

Um governo em modo de contenção

A publicação do vídeo também expôs um esforço desesperado do governo para conter os danos à sua imagem, que já vinha sendo desgastada pelas discussões sobre a normativa. Com a medida oficialmente revogada, resta o questionamento sobre como o episódio afetará a confiança da população em instituições como o Banco Central e a Receita Federal.

No final das contas, o vídeo que deveria ser uma ferramenta para esclarecer a população acabou sendo o retrato de um governo que não sabe medir o tom adequado para lidar com crises de comunicação. Em vez de estancar a desinformação, o BC mergulhou de cabeça em um mar de memes, deixando para trás um rastro de ironia e descrédito.

Se há algo que o episódio ensina, é que o uso de linguagem irreverente em questões sérias pode ser um risco para a credibilidade – especialmente quando vem de quem deveria zelar pela estabilidade e seriedade das políticas públicas.

 
 
 
 
 
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