A esposa do empresário David Augusto da Silva Martin dos Santos, dono de garagem de revenda de carros implicado em operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), foi nomeada para exercer um cargo de gerência no Detran-MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul).
Conforme publicado no DOE-MS (Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul) nesta quarta-feira (12), Natália Trevizan foi nomeada para exercer o cargo em comissão de Direção Intermediária e Assessoramento, símbolo CCA-13, na função de Gerente de Agência III, no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul.
O Jornal Midiamax apurou que Natália ira atuar na agência do Detran de Ivinhema. O salário, conforme Portal da transparência, é de R$ 1.658,64 por 40 horas. Natália é esposa de David, que foi alvo da Operação Contrafação, em outubro do ano passado.
As investigações revelaram que uma caminhonete de luxo, que já pertenceu ao prefeito Juliano Ferro (PSDB) e também a David – ainda que sem registro formalizado em nome de qualquer deles -, acabou tendo sua transferência efetivada, em sequência, para o nome de dois policiais militares de Mato Grosso do Sul, baseada em documentação falsificada.
A transferência ocorreu em junho de 2023, perante o Detran em Maracaju, todavia, o proprietário do bem junto ao órgão de trânsito já havia falecido há mais de 3 anos, o que demonstra a falsificação. A investigação aponta que David comprou a caminhonete de Juliano.
Conforme apurado pela reportagem, Juliano e David são amigos e a nomeação de Natália no Detran teria sido um pedido do prefeito. O Jornal Midiamax questionou o Chefe do Executivo de Ivinhema sobre as informações e o mesmo afirmou que não iria se manifestar.
O Gaeco cumpriu oito mandados judiciais de busca e apreensão domiciliar, um mandado de busca e apreensão de veículo e intimações acerca da imposição de medidas cautelares alternativas diversas da prisão.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidos R$ 79 mil em dinheiro, além de armas, carregadores e munições. David teve o celular apreendido. Outro empresário foi levado para a delegacia por posse de arma.
Após o depoimento que citou a compra feita por Juliano Ferro, o prefeito é investigado por ocultação de bens. Portaria assinada pelo delegado Marcelo Guimarães Mascarenhas, instaurou inquérito de investigação para apurar supostas omissões de bens do candidato.
Assim, o inquérito aponta que o tucano teria posse de dois carros avaliados em R$ 800 mil e não declarados à Justiça Eleitoral no registro de candidatura para o pleito de 2024.
Na época, o delegado afirmou que existem elementos plausíveis de “posse, propriedade e disponibilidade” dos veículos Silverado e Dodge Ram “tudo em ao menos no corrente ano até a data de 19/08/2024, portanto em data anterior e também posterior a sua declaração eleitoral de bens”.
Contudo, na declaração de bens à Justiça Eleitoral, o candidato à reeleição listou apenas três veículos. Sendo um Gol de R$ 26 mil, um Uno Mile de R$ 20 mil e uma caminhonete F1000 de R$ 50 mil.
Naquela época, o prefeito afirmou estar ciente da investigação e pontuou que já prestou declarações à Polícia Federal.
“Eu não coloquei a Dodge Ram na minha declaração de bens, porque eu já tinha vendido, eu mexo com a compra e venda de carro há 20 anos. E não coloquei a Silveirado que foi compra da pessoa investigada, porque ela não tem documento liberado, ele falou que ia liberar o documento em dezembro e eu ia pagar ela em janeiro, entendeu? Já dei minha declaração, meu depoimento para Polícia Federal”, disse.
A segunda operação do Gaeco no município aconteceu num período de 15 dias e teve como alvo a casa do prefeito. Além disso, a PF teria ido no mercado e garagem do grupo Alvorada.
O proprietário ganhou repercussão após debochar da PF por ter apreendido uma caminhonete Silverado. Em vídeo gravado pescando com amigos em uma lancha, o rapaz diz que já encomendou outra.
A caminhonete havia sido comprada pelo prefeito na garagem Alvorada. A venda da Silverado ao prefeito do PSDB foi citada em depoimento de investigado na operação da PF. Conforme o depoimento, Ferro teria dado cheque de R$ 380 mil pelo veículo.
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