A distância da Rota Bioceânica entre Campo Grande e San Pedro de Atacama por Foz do Iguaçu é de 2.654 km, e via Porto Murtinho é de 1.250 km, ou seja, 1.404 km a menos. “Falo dessa diferença por experiência própria. Em 2018 eu fiz esse caminho de moto por Foz do Iguaçu. É muito mais longe”, comentou o dirigente da Confederação de Motociclismo.
Segundo ele, Mato Grosso do Sul será o ponto de partida de um trabalho minucioso de mapeamento das rotas que ligam o Brasil aos três destinos sul-americanos mais desejados pelos motociclistas. O estudo levará em conta o fato de que a Rota Bioceânica colocará Campo Grande como centro geográfico do ponto de vista de logística rodoviária para o acesso aos outros países da América do Sul.
“Rota Bioceânica a partir de Campo Grande será o nosso plano piloto. Viajar de moto é bem diferente de viajar de carro, e por isso vamos fazer o mapeamento das rotas para disponibilizar informações essenciais aos motociclistas, como o que deve levar na bagagem, que tipo de mala, que tipo de moto, pontos de paradas, onde comer, onde abastecer, melhor época para pegar a estrada, clima, enfim”, disse Firmo.
A ideia de ter Campo Grande como ponto de partida da Rota Bioceânica por Porto Murtinho abre espaço para a promoção do turismo em Mato Grosso do Sul, sobretudo de cidades com atrativos turísticos que estão na rota, como Jardim,
Bonito e até Miranda, além de Murtinho que será parada obrigatória.
“Se você já está na estrada para andar milhares de quilômetros não custa nada uma esticada de mais 150 ou 200 km para visitar e curtir as belezas naturais de
Bonito e Jardim, por exemplo”, sugeriu Firmo Henrique Alves.
O roteio da expedição de mapeamento já está pronto. Sairá de Campo Grande rumo ao Paraguai via Porto Murtinho, de onde irá cruzar o território paraguaio a partir da cidade de Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo. Na sequência passará pelas cidades de Misión La Paz, Tartagal, Jujuv e Salta, na Argentina, e entrará no Chile por Passo de Jama.
“Só estamos na dependência da construção da ponte sobre o rio Paraguaio ligando Porto Murtinho a Carmelo Peralta, e da pavimentação do trecho da rodovia do lado paraguaio entre Carmelo Peralta e Loma Plata. Por enquanto a travessia do rio é de balsa e pelas informações que temos essa parte da rodovia é areião e isso não é bom para as motos”, explicou Firmo Henrique Alves. A ponte terá extensão de 2,5 km e o trecho da rodovia considerada fundamental para a Rota Bioceânica é de 227 km.