Com situação de emergência decretada há mais de um mês em decorrência da dengue, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) ainda não utilizou as medidas previstas no documento para aquisição de insumos e medicamentos. Com a declaração, o município fica autorizado a fazer compra emergencial. No entanto, até o momento não foram feitas aquisições sem licitação e nem repasses de recursos pelo Ministério da Saúde.
A medida foi decretada antes mesmo que o município atingisse a incidência considerada de alerta. O anunciou foi feito no final de fevereiro pelo prefeito Marcos Trad. Na ocasião, a incidência era de 294 notificações para cada 100 mil habitantes, enquanto o índice considerado de alerta era 300 casos para cada 100 mil habitantes. Até aquele momento dez municípios do estado já estavam em situação de alerta, porém, nenhuma das prefeituras havia decretado emergência.
Além da facilidade em realizar compras para atender a rede municipal de Saúde, o prefeito esperava viabilizar recursos federais para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, e tratar quem já havia contraído a doença. Plano de ação para o enfrentamento da epidemia de dengue, apresentado ao Ministério da Saúde, continha estimativa de custo de R$ 1.174.682,24. A maior parte dos recursos, R$ 804.852,24, seria destinado para a compra de tubos de coleta de sangue e reagentes para exame.
Outros R$ 114.528 seriam destinados para aquisição de combustível e R$ 114.102 para mutirão de limpezas e visitas aos imóveis. Estava prevista ainda investimento de R$ 75 mil para o pagamento de mão de obra de chaveiro para entrada em imóveis fechados; R$ 64.200 para luvas, sacos de lixo e equipamentos de proteção individual; e R$ 2 mil para compra de equipamentos e manutenção para as ações com fumacê.
Conforme a Sesau, até o momento, o município aguarda a manifestação do Ministério da Saúde, quanto a viabilidade de recursos conforme o plano operativo apresentando. “Enquanto isso, as ações são custeadas exclusivamente com recursos do tesouro municipal. Nenhum contrato emergencial foi assinado”. A secretaria não informou de quanto foi o investimento.
MORTES
Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), nesta quarta-feira, confirmou três novas mortes por dengue na última semana em Mato Grosso do Sul. Com os casos, o número de óbitos pela doença já somam 14 neste ano.
Das novas mortes confirmadas, dois pacientes era de Campo Grande, sendo uma criança de sete anos, do sexo feminino, e uma mulher de 93 anos, que tinha como comorbidade diabetes. Os dois óbitos ocorreram no dia 10 de abril. Com estes casos, mortes na Capital por dengue subiram para seis, com outras quatro confirmadas anteriormente, sendo quatro homens, de 72, 78, 5 a 1 ano.
Outros três casos foram registrado em Dourados, município distante 235 quilômetros da Capital. Além desses dois municípios, também registraram mortes as cidades Três Lagoas, Maracaju e Ponta Porã, com um óbito em cada local.
Ainda de acordo com os dados do boletim, de janeiro até esta quarta, foram 10.727 casos da doença confirmado no Estado. Já os casos notificados totalizam 24.85, número maior que o dobro em comparação ao ano passado, quando as notificações ficaram em 10.741 em todo o ano.
*Correio do Estado
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