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Lama Asfáltica: Vara mais famosa troca de novo de juiz e Giroto já até desistiu do anonimato

A operação Lama Asfáltica, a maior operação da Polícia Federal contra a corrupção e políticos em Mato Grosso do Sul, trocou, de novo, de magistrado na Justiça Federal de Campo Grande

25/06/2025 às 08h38
Por: Tribuna Popular Fonte: O Jacaré
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Edson Giroto durante entrevista a Vinícius Squinello, no Top Mídia. (Foto: Reprodução)
Edson Giroto durante entrevista a Vinícius Squinello, no Top Mídia. (Foto: Reprodução)

Nessas idas e vindas, tem réu que já até desistiu do anonimato e quer ser candidato.

Especializada em crimes de lavagem de dinheiro e contra o Sistema Financeiro Nacional, a 3ª Vara Federal está sob a titularidade do juiz Felipe Bittencourt Potrich. O magistrado foi premiado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em 2022, quando era responsável pela 1ª Vara Federal de Corumbá. O tema da premiação foi meio ambiente.

Potrich foi reconhecido pela sentença que condenou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) à obrigação de fazer consistente na conclusão das etapas e ao acompanhamento contínuo do Programa de Monitoramento de Atropelamento de Fauna, na BR 262.

Já no comando da 3ª Vara Federal de Campo Grande ele deve julgar, no próximo mês, Régis Luís Comarella, dono do Frigorífico Boibras Indústria e Comércio de Carnes, localizado no município de São Gabriel do Oeste (MS). O processo é por sonegação de R$ 55 milhões.

Visita do juiz Felipe Potrich à Prefeitura de Corumbá em 2023. (Foto: Renê Márcio Carneiro)

A 3ª Vara Federal, apesar de dividir com a 5ª Vara Federal de Campo Grande a reponsabilidade de julgar crimes de lavagem de dinheiro, prática associada a organizações criminosas (seja de políticos, traficantes ou líderes de pirâmides financeiras), sempre foi a mais famosa da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul.

Por duas décadas, ela esteve sob a titularidade do juiz federal Odilon de Oliveira, que inspirou filme, foi tema de documentário e ganhou projeção nacional e internacional por ser ameaçado pelos barões do tráfico. Antes, atuou em Ponta Porã, a fronteira com o Paraguai conhecida por execuções “cinematográficas”, onde se deixou fotografar em reportagem do Estadão dormindo no Fórum da cidade, diante das ameaças.

Com a aposentadoria de Odilon, a 3ª Vara Federal seguiu afamada. Dessa vez por concentrar as ações penais da operação Lama Asfáltica, em processo com réus como o ex-governador André Puccinelli (MDB) e Edson Giroto, ex-deputado federal e secretário.

Em 2004, juiz Odilon dormia no Fórum de Ponta Porã por medo de ameaças. (Foto: Reprodução)

Desde 2017, foi um desfile de juízes: Monique Marchioli Leite (determinou que Puccinelli usasse tornozeleira eletrônica), Ney Gustavo Paes de Andrade (que foi substituto do substituto e decretou a prisão de Puccinelli ), Fábio Luparelli Magajewski, Bruno Cezar da Cunha Teixeira e Júlia Cavalcante da Silva Barbosa. A primeira fase da operação foi autorizada pelo juiz  Dalton Igor Kita Conrado,  que era da 5ª Vara.

Bruno Teixeira foi o magistrado que atuou por mais tempo e chegou a condenar Giroto, mas foi varrido da Lama Asfáltica por ordem do TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

Apesar das decisões reconhecidamente técnicas e o perfil metódico, ágil e detalhista na condução dos processos, o juiz Bruno Teixeira foi considerado “inquisitorial” nas audiências da Lama Asfáltica.

De acordo com o TRF 3, apesar de o Ministério Público Federal não ter nenhum questionamento, o magistrado fez 40 perguntas a uma testemunha. Para o desembargador federal Paulo Fontes, o juiz acabou desempenhando o papel do procurador da República ao buscar elementos confirmatórios das fraudes e desvios de recursos públicos.

Sem o magistrado, a Lama Asfáltica passou para juíza substituta Júlia Cavalcante Silva Barbosa. Atualmente, lotada na 7ª Vara Federal Cível de São Paulo. O magistrado Bruno Teixeira é titular da 6ª Vara Federal de Execuções Fiscais de Campo Grande.

Mas as mudanças não se restringem aos juízes. Em 2025, decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) ampliou o foro privilegiado de políticos investigados. Desta forma, ações contra Puccinelli e Giroto vão ser enviadas para instâncias superiores.

Nessas idas e vindas, Giroto até desistiu de ser agricultor e voltou aos holofotes. Em 2021, ele declarou que abandonaria a política e a engenharia. Quatro anos depois, já está dando entrevistas para criticar obras da prefeitura.

“Sou engenheiro, eu preciso que algum professor ou alguém me explique se bica corrida é para tapar buracos. Oh gente, pelo amor de Deus, isso vai matar gente, não é brincadeira”, alertou Giroto em entrevista à Rádio Top.

Sobre o futuro, ele contou o sonho de ser deputado federal para retribuir tudo o que recebeu.

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