Secretario municipal de Segurança e Defesa Social, Valério Azambuja, afirmou que o caso dos guardas municipais presos por suspeita de envolvimento em suposta milícia está em investigação, através de procedimentos de controle interno e procedimento administrativo disciplinar, e que medidas cabíveis serão tomadas ao fim dos processo, caso seja comprovada a culpa.
“O pior bandido é o bandido fardado, em qualquer instituição. Na Guarda, nós não vamos admitir”, disse o secretário, na manhã de hoje, durante inauguração do novo espaço para a Banda de Música da Guarda Civil Metropolitana, no Parque Ayrton Senna.
Conforme Valério Azambuja, a primeira medida tomada foi o afastamento preventivos dos três guardas presos, sendo Marcelo Rios, 42 anos, preso com um arsenal de armas na Capital, e Rafael Antunes Vieira, 28 anos, e Robert Kopetski, 36, suspeitos de obstrução da Justiça, depois de serem flagrados ameaçando a esposa de Marcelo.
“Dois deles tinham porte de arma e eu determinei o recolhimento imediato, tanto da funcional, como do armamento do município e pedi cópia integral do procedimento aberto pelo Garras [Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros]”, disse Azambuja.
O secretário afirmou ainda que todas as informações solicitadas foram encaminhadas à Sesdes e, via Corregedoria, já estão sendo ouvidas testemunhas. “A medida que surgir novos nomes durante a apuração interna, nós iremos encaminhar diretamente para o Garras, para fornecer esses elementos para auxiliar nas investigações”, concluiu o secretário.
PRISÃO
Juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, negou o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do guarda municipal Marcelo Rios. O guarda está na cadeia desde o dia 19 deste mês, quando foi flagrado com dezenas de armas. Na terça-feira (28), a juíza Eucelia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, autorizou o acesso da Polícia Civil aos celulares dele e de mais dois guardas municipais que também foram presos por suspeita de envolvimento em suposta milícia na Capital.
Conforme decisão de Filho, “em face da gravidade em concreto dos fatos (em razão da quantidade e variedade das armas de fogo e munições), do possível envolvimento do requerente com organização criminosa e do fundado receio de que ele, em liberdade, volte a cometer novos delitos, faz-se necessária a manutenção de sua custódia cautelar, como forma de garantir a ordem pública”, escreveu o magistrado.
No dia 19 de maio, policiais da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras), com apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar, apreenderam dezenas de armas de grosso calibre em poder do guarda municipal, no Bairro Monte Líbano, em Campo Grande. No local, a polícia encontrou dois fuzis AK-47, quatro fuzis calibre 556, duas espingardas calibres 12 e 22, 17 pistolas e um revólver calibre 357. Rios foi transferido para o Centro de Triagem na terça-feira, um dia após a decisão do juiz pela manutenção da prisão.
No dia 22 de maio, com o desdobramento das investigações, policiais fizeram a prisão de outros dois integrantes da Guarda Municipal – Rafael Antunes Vieira, 28 anos, e Robert Vitor Kopetski, 36 anos –, suspeitos de obstrução de Justiça, depois de serem flagrados ameaçando a esposa de Marcelo.
A polícia havia pedido a quebra do sigilo telefônico, no entanto, a Justiça entendeu como sendo desnecessária a ação e ressaltou que os investigadores estão autorizados por lei a acessar os dados de aparelhos apreendidos com autores em flagrante delito.
Consta no pedido de quebra de sigilo que o acesso aos dados dos aparelhos celulares dos envolvidos é cabal para a identificação de coautores, além da elucidação de outros crimes mais graves.
*Correio do Estado
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