A participação dos ativos administrados pelo Sistema de Consórcios no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil mais que dobrou em dez anos, passando de 2,9% em 2015 para 6,1% em 2024. No mesmo período, os ativos somaram R$ 719 bilhões, enquanto a poupança teve crescimento de 5,2% e os consórcios, de 17,1%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
O número de participantes ativos do consórcio chegou a 11,73 milhões em maio de 2025, refletindo a adoção crescente da modalidade como forma de planejamento financeiro para aquisição de bens e contratação de serviços. O consórcio atua como um mecanismo de autofinanciamento que envolve diferentes setores da economia, contribuindo para a movimentação da cadeia produtiva e, consequentemente, para o PIB.
Desde 2016, o Brasil convive com a Selic em patamares altos, o que torna o financiamento tradicional mais oneroso. “Com os juros elevados, o financiamento pesa no bolso. Por isso, o consórcio se consolida como uma alternativa estratégica e inteligente: permite planejar com controle, proteger o patrimônio e crescer com estratégia, sem pagar juros abusivos”, afirma Jefferson Floriano, especialista em consórcio da Via Direta Consultoria.
Estudo da ABAC aponta que, mantendo-se a tendência atual, os ativos do Sistema de Consórcios podem ultrapassar o saldo da caderneta de poupança até o final de 2028. O cálculo considera a atualização dos valores pelo IPCA e a comparação entre os desempenhos reais dos dois produtos financeiros entre 2015 e 2024. Nos últimos cinco anos, a poupança apresentou queda real de 6%, enquanto os ativos dos consórcios cresceram 22,5%.
A modalidade se diferencia por oferecer correção do crédito ao longo do tempo, preservando o poder de compra no momento da contemplação. O pagamento disciplinado das parcelas contribui para o sucesso do planejamento financeiro.
“O consórcio deixou de ser apenas uma alternativa para quem não tinha acesso ao crédito. Hoje, é uma escolha de quem busca investir com previsibilidade, sem juros, sem imposto sobre rendimento e com regras claras de proteção ao capital aplicado”, completa Floriano.
Orientações para quem deseja contratar consórcio
Antes de aderir a um consórcio, é necessário compreender o funcionamento do contrato e a regulamentação vigente. A modalidade envolve etapas que demandam planejamento e atenção às condições previstas.
A contemplação pode ocorrer por sorteio ou lance, sem garantia de data, o que requer preparo para diferentes prazos. A correção do crédito atualiza o valor contratado, preservando o poder de compra ao longo do tempo.
A regulamentação pelo Banco Central assegura transparência e proteção jurídica aos participantes, evitando a cobrança de juros e impostos sobre o crédito.
O conhecimento detalhado das regras e do contrato é essencial para alinhar expectativas e garantir a efetividade do investimento. “Entender o contrato é tão importante quanto escolher o valor das parcelas. É isso que garante que a expectativa esteja alinhada com a realidade do investimento”, conclui Floriano.
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