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Jornalismo profissional fortalece o combate à desinformação

Com apuração rigorosa e checagem criteriosa, o jornalismo profissional se firma como uma das principais ferramentas na luta contra a desinformação

06/08/2025 às 19h53
Por: Tribuna Popular Fonte: Agência Dino
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Imagem gerada pelo ChatGPT
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Relatórios internacionais, estudos acadêmicos e especialistas têm apontado a disseminação da desinformação como uma das principais ameaças contemporâneas à estabilidade social, à integridade do debate público e à segurança democrática. Nesse contexto, o jornalismo profissional é constantemente destacado como um recurso estratégico no enfrentamento do problema, devido à sua capacidade de produzir e divulgar informações baseadas em apuração rigorosa e verificação factual.

O Relatório de Riscos Globais 2025, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, identificou a desinformação como o principal risco global para os próximos dois anos, à frente de fatores como crise climática, instabilidade geopolítica e desigualdade econômica. A pesquisa, realizada com mais de 1.400 especialistas e líderes mundiais, indicou que campanhas de manipulação informacional têm sido utilizadas para influenciar processos eleitorais, comprometer a confiança institucional e intensificar a polarização social. Esta leitura é corroborada pela UNESCO, que igualmente vê na disseminação da desinformação o maior risco global atual.

Dados científicos reforçam o diagnóstico apresentado. Um estudo publicado na revista Science e conduzido por Vosoughi e colaboradores analisou a dinâmica de disseminação de informações verdadeiras e falsas no Twitter (atual X), no período de 2006 a 2017. A pesquisa examinou aproximadamente 126 mil histórias, compartilhadas por cerca de 3 milhões de usuários, totalizando mais de 4,5 milhões de retuítes. Para classificar as publicações como verdadeiras ou falsas, foram utilizadas verificações realizadas por seis instituições independentes de checagem de fatos, que apresentaram um índice de concordância entre 95% e 98%. A análise revelou que as notícias falsas se espalharam de forma mais ampla, rápida e profunda do que as verdadeiras, independentemente do tipo de conteúdo. O estudo demonstrou que o 1% das notícias falsas mais amplamente compartilhadas atingiu entre mil e cem mil pessoas, enquanto os conteúdos verdadeiros raramente ultrapassaram o marco de mil usuários.

No Brasil, também há estudos que apontam que o consumo de informações falsas já afeta amplamente a população. De acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva, divulgada pela Agência Brasil, aproximadamente 90% dos brasileiros admitem já ter acreditado em fake news. E segundo a pesquisa de Busca da Verdade da OCDE, apenas 54% da população brasileira consegue identificar uma notícia falsa, resultado inferior à média global, que é de 60%.

Especialistas defendem que uma abordagem ampla de combate à desinformação passa pela implementação de programas de educação midiática, pela regulação do ambiente digital e pelo fortalecimento do jornalismo profissional.

A relevância do jornalismo profissional se evidencia na forma como a população valoriza conteúdos informativos produzidos por veículos jornalísticos. A pesquisa Credibilidade das Mídias, divulgada pelo Portal dos Jornalistas e conduzida pela agência de inteligência de dados Ponto Map, em parceria com a V-Tracker, revelou que a mídia tradicional, associada ao fazer jornalístico por profissionais da imprensa, ocupa posição de destaque entre as fontes de informação consideradas mais confiáveis pelos brasileiros. O estudo entrevistou 2.051 pessoas em todas as regiões do país. O meio de comunicação com maior índice de confiabilidade registrado foi o rádio, com 81% de credibilidade entre os entrevistados. Na sequência, aparecem TV fechada com 75%, TV aberta com 70%, mídias impressas com 68% e portais de notícias com 59%, enquanto redes sociais aparecem com 41% e influenciadores com apenas 35%.

De acordo com o Manual de Jornalismo, Fake News e Desinformação, elaborado pela UNESCO, veículos jornalísticos são ferramentas eficazes na mitigação dos impactos da desinformação. O seu conteúdo destaca que, enquanto notícias falsas ganham cada vez mais espaço, cabe ao jornalismo profissional promover a reconstrução da verdade com responsabilidade e transparência.

Segundo o documento, o jornalismo é uma atividade técnica e ética sustentada por valores como precisão, responsabilidade, independência e compromisso com o interesse público. Ao contrário de conteúdos que se propagam rapidamente sem verificação, o jornalismo sério se ancora em práticas rigorosas, como a checagem criteriosa de fatos, a escuta plural de fontes, a independência editorial diante de pressões políticas e econômicas, a transparência sobre os métodos utilizados na apuração e a disposição constante para corrigir eventuais equívocos. Esses pilares não apenas garantem a qualidade da informação, mas também sustentam a credibilidade do jornalismo, considerada seu ativo mais valioso.

Assim sendo, conforme declaração de agosto de 2024, de João Brant, então Secretário de Políticas Digitais da Presidência da República, em matéria sobre combate à desinformação, divulgada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC): “é necessário o fortalecimento do jornalismo sério e compromissado com a verdade, além de políticas que estimulem a diversidade e a pluralidade na produção de conteúdo”.

Organizações jornalísticas especializadas em checagem de fatos, como o Projeto Comprova, a Agência Lupa e o Aos Fatos, também são apontadas como referências no esforço de conter a desinformação no país, por meio de metodologias de verificação baseadas em evidências.

Conforme analisa Francine Canto, diretora do portal Conecta SC: “o fortalecimento do jornalismo profissional representa um fator determinante para enfrentar o avanço da desinformação em escala global. A atuação responsável de veículos de comunicação, somada a iniciativas educacionais e políticas públicas, pode contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais informada, crítica e resiliente diante de conteúdos falsos e intencionalmente manipulados".

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