Desde o início de 2025, as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos se intensificaram sob tensão. Segundo a Reuters, os EUA impuseram inicialmente uma tarifa de 10% em abril e elevaram para até 50% em agosto, afetando produtos como café, carne, máquinas e autopeças. A reação não se fez esperar: a Associação Brasileira de Cafés Especiais (Cecafé) relata que embarques já registram queda acentuada e que atrasos de setembro para dezembro geram perdas de até US$ 10 por saca.
O setor químico também apresenta preocupação: a Abiquim qualificou a medida como “profundamente preocupante”, alertando impactos em cadeias produtivas e estimando que cerca de US$ 1,7 bilhão em exportações químicas estão em risco.
Em resposta, o governo federal anunciou um pacote de socorro, incluindo crédito de R$ 30 bilhões (cerca de US$ 5,5 bi), isenções fiscais e compras governamentais — medidas que já entraram em vigor. Segundo a Reuters, os recursos podem vir de fundos do BNDES. O “plano Soberania Brasil” tem como objetivo mitigar os efeitos da tarifação e preservar a produção nacional.
Nesse cenário de instabilidade externa, o mercado de outsourcing, tanto para processos de negócios (BPO) quanto de tecnologia (ITO), aparece como alternativa. Um relatório da Grand View Research indica que o segmento de BPO no Brasil faturou US$ 5,84 bilhões em 2023, com projeção de chegar a US$ 9,65 bilhões até 2030, crescendo cerca de 7,4% ao ano. Globalmente, o setor de outsourcing movimentou cerca de US$ 302,62 bilhões em 2024, com projeção de alcançar US$ 525,23 bilhões até 2030, segundo a Grand View Research.
Em publicação institucional, a RHB Solutions informa que mantém estoque elevado de insumos, peças para impressoras e sistemas de automação, com logística proveniente dos EUA e da China. De acordo com a empresa, essa política de diversificação busca reduzir riscos de desabastecimento diante de barreiras comerciais. “Nossa política prioriza múltiplas origens e estoques robustos, para que alterações no cenário global não prejudiquem o cliente final”, declarou Rodolfo Villas Boas, CEO da RHB Solutions.
Uma pesquisa da Reuters mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 2,2% em 2025 e 1,7% em 2026, de acordo com a mediana de 38 analistas. O economista Roberto Secemski, do Barclays, destacou que “a incerteza gerada pelas tarifas reduz os riscos de alta, mas não acredita que interrompam o crescimento nesse momento”.
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