A inteligência artificial (IA) vem ganhando espaço no ambiente corporativo, mas sua presença continua longe de ser predominante. Segundo o levantamento Experis CIO 2025 Outlook, realizado pelo ManpowerGroup, somente 10% dos CIOs dizem que a tecnologia já está completamente integrada às suas organizações. Isso revela que, embora o avanço seja inevitável, ainda há oportunidades para profissionais que desejam acompanhar e aproveitar essa transformação.
O estudo também aponta que 36% das lideranças tech enxergam a IA como uma inovação promissora, mas que precisa de maturidade. Outros 33% admitem não saber ao certo quais serão os impactos reais da tecnologia nos negócios. Esse cenário reforça a ideia de que o uso da IA continua em construção e abre margem para o desenvolvimento de novas competências profissionais.
Entre os principais desafios trazidos pela adoção da IA está a adaptação dos colaboradores. A era digital pede mais do que conhecimento técnico: exige habilidades humanas cada vez mais valorizadas. Outro estudo do ManpowerGroup indica que cerca de um terço dos empregadores acredita que a IA ainda não substitui competências como empatia, julgamento ético, pensamento crítico e atendimento personalizado.
Essas chamadas soft skills vêm ganhando importância justamente por serem difíceis de automatizar. Saber tomar decisões éticas, compreender diferentes contextos e estabelecer relações interpessoais continua sendo essencial, mesmo em empresas cada vez mais conectadas.
Para Joel Carrel, Head de Operações da Experis, vertical do ManpowerGroup focada em recrutamento, seleção e gestão de profissionais de TI, este é o momento ideal para os talentos investirem em desenvolvimento. “As empresas estão em fase de transição. Muitas ainda não decidiram como a IA será incorporada. É hora de os profissionais se prepararem, reforçando habilidades técnicas e humanas que os tornarão indispensáveis no mercado”, explica.
Carrel destaca que áreas como Ciência de Dados, Segurança Cibernética, Engenharia de Prompt e Desenvolvimento de Software seguem entre as mais procuradas. Mas ele alerta: competências como comunicação eficiente, capacidade de resolver problemas e disposição para aprender são igualmente importantes. “A IA não elimina o pensamento humano. Pelo contrário, ela intensifica essa necessidade. Saber interpretar dados, tomar decisões críticas e liderar equipes será cada vez mais essencial”, completa.
Com isso, os programas de qualificação contínua ganham cada vez mais relevância. “As empresas têm buscado capacitar seus times com treinamentos internos, parcerias com instituições de ensino e plataformas digitais. Para os profissionais, é uma oportunidade de evoluir na própria área sem precisar mudar de função”, comenta o executivo.
Segundo Joel, os profissionais de tecnologia já estão à frente nessa jornada, mas os impactos da IA se espalham por todos os setores. “Não é só a TI que está mudando. Marketing, Recursos Humanos, Atendimento ao Cliente, Logística, entre outras. Todos estão se adaptando. Quem entende isso desde já sai na frente na hora de se posicionar no mercado”, avalia.
Para que a transição rumo à era da IA seja efetiva, é preciso uma ação conjunta entre empresas, instituições de ensino e os próprios trabalhadores: “Esse novo cenário não será construído apenas pelas organizações. Os profissionais também precisam adotar uma postura de aprendizado constante, acompanhando as mudanças e se preparando para lidar com a tecnologia de forma crítica e estratégica”, afirma Carrel. E conclui: “Quem começa a se preparar agora terá mais chances de liderar as transformações, e não somente seguir o movimento”, finaliza.
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