As areias retiradas dos lagos maior e menor do Parque das Nações Indígenas serão reutilizadas para futuras obras e também na recuperação de área degradada em Campo Grande. O material já foi retirado do lago menor no início da semana e levado até uma área reservada da prefeitura no Anel Viário, atrás do Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (CETREMI). A areia que está no lago maior, o processo é mais demorado, já que a quantidade de material saibro é 10 vezes maior, de acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).
Segundo o superintendente da Sisep, Medhi Taleyv, após o material secar, as areias serão separadas em duas, a parte limpa e a suja (pedra e vegetação), mas ambas serão utilizadas. Não há a informação de quanto material já tem reservado, pois o material vai passar por processo de qualidade, segundo o superintendente.
As areias divididas terão destinações diferentes, ou seja, a parte limpa poderá ser usada em parquinhos, quadras de volêi e até na construção civil. Já a areia suja, poderá ser usada na recuperação de área degradada. “A princípio estamos depositando, quando ele (material) estiver seco, vai mostrar visualmente a parte que será aproveitada, vamos trazer para a Sisep e ver onde será utilizado, mas a princípio ainda não temos um local específico”, disse Medhi.
Para cuidar que o material reserva não escorra até a pista devido o grande volume de chuvas, Medhi explicou que uma barreira de oito metros de arenito foi construída para zelar pelo material recolhido. “Não tem perigo, o fluxo de água vai correr normalmente para o rio próximo, mas vai passar pela lateral da barreira”, contou.
As obras agora estão focadas em retirar o sedimento do lago maior que também será reutilizado. Há dois dias o trabalho foi suspenso por conta da chuva. No retorno, toda a areia será destinada a àrea de reserva no anel viário, mas a retirada será vai perdurar cerca de três meses, segundo Medhi.
DESASSOREAMENTO
A partir de segunda-feira, começou a preparação para o desassoreamento do lago maior, que ocupa uma área de 5 hectares, onde se calcula será preciso retirar 135 mil metros cúbicos de areia. Serão mobilizadas 8 retroescavadeiras e até 35 caminhões que farão em torno de 14.500 viagens para devolver a cidade um dos seus principais cartões postais.
A recuperação dos lagos do Parque das Nações Indígenas vai exigir um investimento de R$ 8 milhões, recurso da Prefeitura (R$ 5 milhões ) e do Governo do Estado (R$ 3 milhões). O projeto inclui a construção de um piscinão no Córrego Reveillon, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima; obras de controle de erosão e recomposição vegetal das margens do Córrego Joaquim Português; e implantação de uma comporta de regulação do nível do lago, tão logo o desassoreamento esteja concluído.
Para evitar que os lagos voltem a ficar assoreados , com o carreamento de areia junto com a enxurrada que desce dos bairros do entorno do Parque dos Poderes, serão executados dois projetos nos córregos Reveilloon e Joaquim Português, cujas águas formam o lago.
*Correio do Estado
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