O crescimento dos golpes é alarmante no país, com fraudes cada vez mais diversas que exigem informação como a melhor forma de prevenção.Quase seis em cada dez brasileiros (59,7%) já foram alvo de golpes on-line em 2024; as tentativas com biometria cresceram 41,6% neste ano, segundo pesquisa da empresa de tecnologia financeira Koin publicada pela VEJA.
A advogada Dra. Brunna Simon Vecchi especialista em golpes empresariais,explica que o crime se diversificou. “Empresas são alvos de esquemas complexos, como o golpe da antecipação de recebíveis (quando criminosos se passam por empresas para antecipar valores de máquinas de cartão de crédito),enquanto a população em geral está sujeita às mais diversas armadilhas", afirma.
Golpe do WhatsApp no financeiro e falsa central: sinais de alerta
Criminosos miram o caixa das empresas e das pessoas. No WhatsApp, abordam o setor financeiro se passando por sócio ou diretor e pedem transferência imediata ou troca de conta de fornecedor. "Quando a ordem de pagamento chega por WhatsApp, a empresa deve validar por outro meio de comunicação antes de movimentar o caixa”, afirma a advogada Brunna Simon Vecchi.
Na falsa central, alguém se apresenta como gerente do banco e diz que há ataque em andamento. Para “proteger”, pede códigos por SMS, instalação de aplicativo ou transferência para uma “conta segura”. “Banco não pede senha nem código por telefone. Diante da pressão, desligue e procure o canal oficial”, diz a especialista.
A especialista em fraudes empresariais,traz alguns sinais de alerta importantes:
Em caso de suspeita, interrompa a operação, confirme pelo canal oficial e registre as evidências, orienta a especialista.
O que fazer após ser vítima de um golpe
Independentemente do tipo de fraude, o tempo é o fator mais crítico para aumentar as chances de recuperação. A advogada especialista em golpes detalha o protocolo essencial: “O primeiro passo para a vítima de golpe, seja empresa ou consumidor, é ligar no banco e comunicar a fraude. Depois, fazer o boletim de ocorrência (registro policial) online”, orienta.
A documentação imediata das provas é outro ponto essencial. “A primeira hora após a descoberta de um golpe é crucial para reduzir os danos. É nesse momento que detalhes importantes se perdem por conta do nervosismo”, explica a advogada.
Para o ambiente corporativo, a preparação prévia é um diferencial, alerta a criadora da marca Dra Caí no Golpe. “Ter um plano de ação para emergências documentado e com equipe treinada faz toda a diferença”, afirma.
A orientação final, segundo a advogada especialista em fraudes digitais, vale para todos: “Preservar prints de tela, e-mails, conversas de WhatsApp e informações internas é fundamental para o sucesso em responsabilizar os envolvidos, ou para eventual ação judicial.”
Como prevenir: rotina e disciplina
Prevenção é a estratégia mais eficaz — e a mais barata. Para empresas e instituições financeiras, segurança precisa virar rotina: política interna clara, conhecida por todos e cumprida no dia a dia, com responsabilidades definidas e sanções para descumprimentos.
Isso inclui estabelecer políticas internas para prevenir golpes, além de fazer um controle rigoroso de quem pode acessar o quê , onde cada funcionário só pode ver e alterar o que é estritamente necessário para sua função.
“Antes de contratar fornecedores ou colaboradores, faça uma checagem de riscos e reputação e inclua no contrato exigências mínimas de segurança”, afirma a advogada Brunna Simon Vecchi.
Para consumidores, a regra é atenção redobrada: confirmar contatos só em canais oficiais, desconfiar de ofertas de ganho rápido e nunca fornecer senhas ou códigos. Como resume a advogada especialista: “A falta de atenção e o desespero são os melhores amigos do golpe nos dias atuais", afirma.
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