O mais recente levantamento do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) revelou que os municípios de Jardim e Bela Vista, em Mato Grosso do Sul, estão entre as cidades em situação considerada “difícil” quanto à administração das contas públicas. O indicador, divulgado na última quinta-feira (18), avalia a saúde fiscal de mais de 5 mil prefeituras brasileiras com base em quatro pontos principais: autonomia, gastos com pessoal, liquidez e capacidade de investimentos.
No ranking estadual, Jardim alcançou 0,478 pontos, enquanto Bela Vista registrou 0,441 — ambas classificadas como “difícil” pela metodologia da Firjan, que considera notas abaixo de 0,6 como preocupantes. Esses resultados acendem um alerta para a necessidade de ajustes na gestão financeira dos municípios, que precisam conciliar o equilíbrio das contas públicas com a oferta de serviços à população.
O cenário de Jardim e Bela Vista reflete um desafio que atinge também outras cidades sul-mato-grossenses. De acordo com o levantamento, Mato Grosso do Sul possui atualmente 16 municípios em situação difícil e um em situação crítica, que é Amambai, com apenas 0,331 pontos, o pior resultado do Estado. Por outro lado, 25 municípios foram avaliados como “excelentes” e 34 como “bons”, evidenciando a disparidade na capacidade de gestão entre os diferentes municípios do Estado.
Em âmbito estadual, Campo Grande também aparece em posição preocupante: considerada a segunda pior capital do país no ranking, atrás apenas de Cuiabá (MT). A capital sul-mato-grossense obteve 0,578 pontos, com destaque negativo nos indicadores de gastos com pessoal, investimentos e liquidez.
No caso específico de Amambai, a prefeitura reconheceu que ultrapassou o limite de 54% estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal para gastos com pessoal, atingindo 57,78%, o que comprometeu diretamente sua capacidade de investimentos e liquidez. Embora o caso seja mais grave, a realidade de Jardim e Bela Vista também inspira preocupação.
Segundo o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, mesmo diante de um cenário nacional mais favorável em 2024, com aumento no repasse de recursos e melhoria dos indicadores econômicos, muitos municípios seguem sem condições adequadas de gestão fiscal. “É preciso reforçar que essa folga não será permanente. As cidades precisam desenvolver estratégias próprias para estimular a economia local e reduzir sua dependência de repasses externos”, destacou.
Para os moradores de Jardim e Bela Vista, os números do IFGF revelam a importância de políticas públicas voltadas para a responsabilidade fiscal e o planejamento a longo prazo, essenciais para superar as dificuldades atuais e garantir investimentos em infraestrutura, saúde, educação e outros serviços básicos.
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