Neno propõe mobilização para mais orçamento e ações às famílias atípicas

Em discurso na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), O deputado Neno Razuk (PL) defendeu mais uma vez o bem-estar das famílias que cuidam de pessoas com deficiência. A sugestão dada foi unir forças entre os 24 deputados para exigir do Governo do Estado um percentual fixo que atenda diretamente ações ligadas às mães atípicas.

“Venho aqui, senhores deputados, para pedir para nos unirmos e trabalharmos para que essa mudança venha acontecer e o Governo tenha dedicação e preparo, com orçamento específico para essas famílias. Faço esse apelo pois tenho mais um ano e pouco de mandato e venho com certa frustração de que, apesar de muitas ações e projetos às pessoas com deficiência, vejo ainda matérias na imprensa com relato de mães dizendo que escolas pedem para que os filhos não compareçam às aulas, pois não tem professora auxiliar”, lamentou Neno Razuk.

Segundo o parlamentar, a situação relatada por jornalistas retrata a realidade de escolas públicas, mas que isso também vem acontecendo nas escolas particulares e que é preciso um movimento de mudança para que o sistema educacional, assim como o sistema de saúde, estejam preparados para o aumento de atendimentos de pessoas atípicas. “Então venho fazer apelo para que nós parlamentares tenhamos uma ação que tenha efetividade e traga mudança às vidas. Se não tivemos um movimento dessa Casa de Leis não teremos ações de maneira urgente e imediata para trazer benefício. Só quem vive e convive sabe do desespero dessas mães”, disse o deputado.

Para Pedro Kemp (PT), que já atuou como psicólogo na educação especial da rede pública estadual, relembrou que havia equipe com trabalho itinerante para dar suporte aos professores que atendiam as crianças com deficiência. “Hoje vejo que há uma diminuição de técnicos da educação especial, incluindo os auxiliares que dão o atendimento especializado. Por outro lado, vemos o aumento de alunos com o espectro autista. Não sabemos se antes não eram diagnosticados, mas o suporte é fundamental, senão a educação inclusiva fica só no nome, pois a criança será discriminada, os titulares sozinhos não conseguem atender. Concordo com seu apelo. Vamos levar esse pedido de incremento ao atendimento”, concordou.

Da mesma forma, Pedrossian Neto (PSD) informou que a Prefeitura de Campo Grande estaria cortando as gratificações de professores pós-graduados. “Embora valorosos, o serviço dos auxiliares não pode substituir o do titular. E muitas vezes vemos a redução dos investimentos precarizando a Educação. Estamos vendo a desassistência de milhares alunos. Vimos mais um gesto que ilustra isso com o corte da gratificação dos que fizeram pós, mestrado ou doutorado. Esforço imenso na vida do profissional, que se prepara para mostrar o melhor serviço e em vez dele ser premiado com o adicional ele é cortado. Qual é o incentivo para se qualificar? Nenhum. Ganhará o mesmo do não qualificado. Me solidarizo com as mães que estão sofrendo com consequência disso”, ressaltou.  

Também no uso da tribuna, Professor Rinaldo Modesto (Podemos) disse que a ciência estima que a cada 31 crianças nascidas uma é diagnosticada com espectro autista. “Apesar das dificuldades, MS é uma referência na educação especial. Criamos o CFOR, Centro de Formação Marilene Bitar, que tem o objetivo de qualificar os profissionais. É natural que estejamos cada vez mais precisando de investimentos nessa área, que aumenta de forma considerável. Eu, por exemplo, tenho dois primos autistas. E falando em educação vemos que nosso país sabemos que nosso estado ainda paga o maior salário. Ainda com a distância entre o concursado e o convocado, que temos uma expectativa de simetria salarial, esse é nosso sonho”, ponderou.

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