Neste 11 de outubro Mato Grosso do Sul celebra 48 anos de sua criação, marcada por uma história rica em cultura, diversidade e grandes conquistas no esporte.Nas quadras, nos campos e nos tatames, atletas sul-mato-grossenses ajudaram a construir uma trajetória de orgulho e dedicação.
Nesta data, escolhemos relembrar dois nomes que representam não apenas seus feitos individuais, mas também a história de tantos outros atletas que levaram o nome de Mato Grosso do Sul para além de suas fronteiras: o jogador de basquete Joelcio Joerke, o Janjão, e o judoca Reinaldo Martins Amaral Filho.
Entre os nomes que ajudaram a escrever a história do esporte sul-mato-grossense está Joelcio Joerke, mais conhecido como Janjão, de 53 anos, natural de Campo Grande. Formado em Educação Física e Administração, iniciou cedo sua trajetória no basquetebol. Aos 16 anos, deixou a Capital rumo à Franca, no interior paulista, para seguir o sonho de ser jogador de basquete, decisão que o colocaria entre os principais atletas da modalidade no país.
Joelcio integrou todas as seleções brasileiras de base e, mais tarde, defendeu a Seleção Brasileira Adulta por uma década. Representou o Brasil em torneios internacionais, como os Mundiais de 1994 (Canadá) e 1998 (Grécia), além dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996.
No exterior, atuou por três temporadas na Itália, onde conquistou a Copa Itália pelo Snaidero Udine. No Brasil, colecionou títulos expressivos: campeão brasileiro adulto em cinco oportunidades, três por Franca, além de conquistas pelo Vasco da Gama e por Uberlândia. Foi também tricampeão sul-americano, tricampeão paulista e campeão carioca, goiano e mineiro. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi o vice-campeonato mundial com o Vasco da Gama.
Quando questionado sobre sua maior conquista, Janjão recorda com emoção.
“Não é uma conquista particular, mas acho que a maior da minha carreira foi ter jogado a Olimpíada de 96. Foi o meu ápice como jogador, o momento em que pude contemplar o sucesso de todo o esforço, o sacrifício de sair cedo de casa e ficar longe da família. Foi a certeza de que tudo valeu a pena. E ainda foi a última Olimpíada do Oscar Schmidt, o que tornou tudo ainda mais especial”.
Sobre os desafios, ele lembra. “Todo ano o desafio se renovava. Cada temporada trazia um novo campeonato, uma nova equipe, um novo objetivo. O intuito era sempre o mesmo: colocar o clube em evidência e, por consequência, crescer como atleta”.
Após encerrar sua carreira em 2009, Joelcio retornou a Campo Grande. Hoje, atua como administrador e segue contribuindo com o desenvolvimento do basquete no Estado, promovendo clínicas e eventos. Mais do que um ícone do passado, tornou-se um agente ativo na formação de novas gerações.
A força do judô sul-mato-grossense
O esporte sul-mato-grossense é também marcado por conquistas no judô, modalidade que carrega tradição no estado. Entre os nomes que ajudaram a consolidar essa história está o judoca Reinaldo Martins Amaral Filho, de 58 anos, que relata ter o judô como parte essencial de sua vida.
“Nós vemos o irmão mais velho fazendo as coisas e quer seguir o mesmo caminho. Meu irmão praticava judô, e eu ia com ele assistir, porque achava bonito. Em poucas semanas, comecei a treinar e logo me destaquei. Aquilo entrou no sangue, e desde então nunca mais parei. Quando comecei a trabalhar no Estado, na polícia, passei a dar aulas de judô e a formar policiais em todo o Mato Grosso do Sul. A principal postura de um judoca está ligada aos princípios de hierarquia e disciplina”.
Reinaldo iniciou na modalidade ainda antes da divisão do Estado, por volta de 1974, no Judô Clube do Sesi. Desde então, construiu uma trajetória marcada por títulos e dedicação, com conquistas nacionais e reconhecimento pelo empenho dentro e fora dos tatames.
Ele lembra com gratidão. “Com o tempo, fui forjado pelos valores do judô. Disputei vários campeonatos, conquistei medalhas em nível nacional e vivi momentos de imensa alegria. Para um jovem do Estado, sem muito currículo e sem força nacional, ser campeão brasileiro era quase inacreditável”, relembrou.
As histórias de Janjão e Reinaldo são apenas duas entre tantas que compõem o mosaico de conquistas do Mato Grosso do Sul. Elas representam o esforço, o talento e a determinação de uma terra que, a cada aniversário, reafirma seu compromisso com o futuro sem esquecer de honrar quem pavimentou o caminho com suor, coragem e amor pelo esporte.
Bel Manvailer, Comunicação Setesc
Fotos: arquivo/ Fundesporte
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