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Empresário ensina colega a tirar dinheiro de corrupção de banco e despistar gerente: ‘vai sacando’

Lucas Andrade Coutinho e George Willian de Oliveira foram presos por fraudes em contrato de tecnologia em Itaporã

28/10/2025 às 09h20
Por: Tribuna Popular Fonte: Midiamax
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Lucas de Andrade Coutinho ensina colega a sacar dinheiro de contrato fraudulento sem precisar ir até agência (Reprodução)
Lucas de Andrade Coutinho ensina colega a sacar dinheiro de contrato fraudulento sem precisar ir até agência (Reprodução)

Presos nesta semana na Operação Fake Cloud, os empresários Lucas de Andrade Coutinho e George Willian de Oliveira conversavam sobre como sacar dinheiro dos contratos fraudulentos.

O primeiro, já mais experiente, está na sua terceira prisão por  nos últimos anos. Ainda utilizando tornozeleira eletrônica, ele continuava agindo em prefeituras no interior de .

Conforme o Gaeco, em conversa em julho de 2022, os dois falam sobre o pagamento de uma nota feita pela prefeitura de .

Então, George fala para Lucas: “Só não sei se consigo sacar tudo hoje”. Para o Gaeco, eles buscam uma forma de obter o dinheiro par fazer o pagamento da propina, de R$ 30 mil, para o então superintendente de compras do município, Nilson dos Santos Pedroso.

Nisso, Lucas dá a dica a George. “George levanta a hipótese de ir até a agência bancária para efetuar a liberação do valor integral da propina, sendo orientado por Lucas a efetuar saques fracionados, tendo em vista que seria necessário justificar o saque em espécie efetuado por intermédio do gerente bancário”, diz o Gaeco no documento.

Na sequência, George se mostra preocupado, pois tem que ir até a agência para conseguir sacar o alto valor: “Preciso ir na agência liberar esse valor […] gerente etc”.

Assim, Lucas dá a orientação: “É, vai semana que vem, tranquilo, não esquenta não George, é… eles pagando aí você vai sacando. Saca no caixa eletrônico o que você consegue e agenda entendeu, tipo assim, saca hoje o que você consegui no caixa eletrônico, ai amanhã saca mais um pouco no caixa eletrônico, ai no outro dia saca mais um pouco no caixa eletrônico, sábado saca mais um pouco, domingo mais um pouco, ai não precisa nem pega entendeu, eu não sei qual que é o limite, tipo assim, que nem eu consigo saca dez mil no caixa eletrônico por dia, então, não sei qual que é o seu, ….é qualquer coisa também você manda na minha conta aqui que eu saco, esquenta não, acho que nem precisa, porque até quando comunica o gerente você tem que justifica, eles querem lá sabe, ah….pra que que é, que finalidade que é esse dinheiro em espécie, enfim“.

Gaeco cumpre mandados da Fake Cloud, em Itaporã (Reprodução)

Novo ramo

Lucas é acusado de, junto do irmão, Sérgio Coutinho Duarte Júnior, fraudar contratos no valor de R$ 68 milhões da saúde e educação.

No entanto, Lucas estaria iniciando no ramo de tecnologia, que seria mais vantajoso.

Por exemplo, conforme conversas extraídas do próprio aparelho de Lucas com o outro empresário George, os dois fazem a ‘contabilidade’ dos ganhos com o contrato em Itaporã.

Eles abocanharam um contrato de R$ 104,4 mil.

Conforme planilha feita pela dupla, o valor de custo do serviço seria de apenas R$ 10 mil. Outros R$ 30 mil foi repassado como propina a Nilson.

Dessa forma, os dois dividiram o ‘lucro’, de R$ 26.940,00 cada.

Fake cloud

O Gecoc/MPMS, com apoio do Gaeco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado), cumpriu três mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão em Itaporã — cidade da região sul do Estado —, Campo Grande e .

A investigação identificou um grupo que atuava fraudando, sistematicamente, processos de contratações públicas por dispensa de licitação, voltados ao fornecimento de licença de sistemas de backup de dados em armazenamento em nuvem para a prefeitura de Itaporã desde 2022.

Após negociações ilícitas dos empresários com agentes públicos, diversas licitações foram simuladas e direcionadas para beneficiar uma determinada empresa, por meio de propostas fictícias e exigências técnicas para impedir que outras empresas pudessem disputar.

Os servidores forneciam informações privilegiadas aos empresários, para poder operacionalizar a fraude, e em troca recebiam vantagens indevidas. O grupo é investigado por organização criminosa, fraude em contratações públicas, corrupção ativa e passiva.

“Fake Cloud”, termo que dá nome à operação, traduz-se da língua inglesa como “nuvem falsa”, e faz alusão aos objetos dos contratos, o backup de dados em armazenamento em nuvem, o que não era fornecido ao ente público.

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