
Relatórios recentes da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (BRASSCOM) e em matéria no IT Forum indicam que o país poderá enfrentar um déficit de centenas de milhares de vagas em TI até 2026, especialmente em áreas críticas como dados, inteligência artificial e segurança da informação.
Além disso, estudo da OIT e da LiveCareer mostra que apenas 12,9% dos empregos brasileiros terão ganhos diretos de produtividade com o uso da inteligência artificial, enquanto 21,5% permanecem em zona de incerteza diante da automação. “Esse cenário reforça a necessidade de profissionais preparados não apenas tecnicamente, mas também em termos de posicionamento estratégico de carreira”, complementa Priscila Oliveira, Head de Cultura e Pessoas da Kstack.
Nesse contexto, a Kstack, consultoria especializada em recrutamento de tecnologia, destaca a importância de adequar currículo e experiência às exigências das vagas. Roberta Nascimento, Tech Recruiter da empresa, afirma que o primeiro passo para o candidato é avaliar se a oportunidade está alinhada aos seus objetivos profissionais. “O principal é ele entender se aquela vaga está condizente com os objetivos de carreira dele. Depois, precisa bater com o currículo que a vaga pede. Se as ferramentas e tecnologias daquela posição estão destacadas no currículo, isso facilita muito a identificação de aderência e aumenta as chances de ser chamado para entrevista”, explica Roberta.
A especialista ressalta ainda que o processo seletivo não se limita ao currículo. A etapa comportamental e a interação com o cliente exigem preparo adicional. “Além de contextualizar sobre a cultura da empresa, na entrevista, o candidato precisa aprofundar suas respostas com embasamento teórico e exemplos de projetos que já colocou em produção. Isso dá robustez à experiência e transmite confiança ao cliente”.
Com a crescente valorização de cargos como engenheiro de dados, arquiteto de soluções e especialista em segurança da informação, Priscila, enquanto head de Cultura e Pessoas da Kstack, recomenda que “profissionais devem destacar competências técnicas relevantes e demonstrar capacidade prática de entrega”.
Ela também chama a atenção para a importância da gestão após a contratação, levantando uma reflexão fundamental: “Será que o sucesso de uma contratação está apenas no processo seletivo? Qual é a minha responsabilidade como gestor depois que o novo talento chega? Como o onboarding influencia na consolidação desse match que começou na seleção?”
Segundo Priscila Oliveira, o ponto central é a pergunta que todo gestor deve se fazer: “Realizei uma nova contratação, e agora?”
A executiva reforça que o êxito de uma contratação não depende apenas do processo de recrutamento e seleção, mas também do ambiente que o profissional encontra após sua chegada à empresa. Nesse sentido, o gestor assume papel fundamental no onboarding, garantindo que o novo colaborador seja acolhido, orientado e integrado à cultura organizacional, com comunicação clara e expectativas bem alinhadas.
Ela finaliza destacando que, diante de um mercado em rápida transformação, a combinação entre clareza de objetivos, currículo direcionado e experiência comprovada em projetos é o que realmente diferencia candidatos na disputa por vagas estratégicas em tecnologia.
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