O ato de assinatura da ordem de serviço para início das obras da sede própria do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) marcou não apenas um avanço histórico para a saúde de Dourados, mas também um discurso firme do prefeito Marçal Filho, que voltou a cobrar maior responsabilidade financeira do Governo do Estado e da União. A cerimônia foi realizada nesta quinta-feira (18), no canteiro de obras da Rua Pedro Leite de Farias, aos fundos do Pavilhão de Eventos Dom Teodardo Leite, dentro da programação dos 90 anos do município.
Ao assinar a ordem de serviço ao lado dos secretários Jorge De Lúcia (Obras), Márcio Figueiredo (Saúde) e de vereadores, Marçal ressaltou que investir quase R$ 2 milhões de recursos próprios na construção da sede não é fácil. Segundo ele, os investimentos que ocorrem em Dourados só estão sendo possíveis após um rigoroso ajuste fiscal, com decreto de contenção de gastos, corte de despesas e redução no número de cargos, para garantir fôlego financeiro à administração logo no início da gestão.

Durante o discurso, o prefeito destacou que Dourados carrega uma responsabilidade desproporcional na saúde regional. A cidade, conforme Marçal Filho, atende 34 municípios da região sul do Estado, alcançando uma população estimada em 900 mil habitantes, especialmente nos atendimentos de urgência e emergência concentrados no Hospital da Vida, que é municipal. “Quem paga essa conta é o contribuinte de Dourados, mas o atendimento vai muito além das nossas fronteiras”, pontuou.
Marçal afirmou ainda que, apesar do apoio do governador Eduardo Riedel, os repasses estaduais e federais não acompanham o volume de atendimentos prestados. O prefeito lembrou que manter estruturas como o Samu, a UPA e o Hospital da Vida exige alto investimento contínuo, enquanto a maior parte do custeio segue sendo bancado com recursos arrecadados no próprio município.
Mesmo com as cobranças, o prefeito fez questão de destacar o caráter simbólico do momento. Segundo ele, a sede própria do Samu é um sonho antigo dos profissionais e representa o fim de quase duas décadas de funcionamento em prédios alugados e inadequados. “Hoje é dia de comemorar”, enfatizou “Essa obra é esperada há muitos anos por quem salva vidas todos os dias”, afirmou.
O secretário municipal de Saúde, Márcio Figueiredo, explicou que as articulações para viabilizar a obra começaram ainda na transição de governo, com a redirecionamento de recursos do Novo PAC. Ele classificou o Samu como um seguro permanente pago mensalmente pela prefeitura, lembrando que o serviço funciona 24 horas e que a Central de Regulação de Urgência de Dourados também coordena ocorrências de municípios como Ponta Porã, Naviraí e Nova Andradina.
Atualmente, o Samu de Dourados conta com quase 100 profissionais e custo mensal aproximado de R$ 1,5 milhão. Desse total, conforme o secretário, apenas cerca de R$ 300 mil vêm de repasses do Estado e da União, o que obriga o município a complementar com R$ 1,2 milhão todos os meses com recursos próprios.
Representando a Câmara Municipal, a presidente Liandra Brambilla destacou que o lançamento simboliza uma mudança definitiva na história do Samu em Dourados. Ela afirmou que a obra terá começo, meio e fim, encerrando o improviso e oferecendo estrutura digna aos profissionais que atuam diretamente no salvamento de vidas. Também estiveram presentes os vereadores Márcio Pudim, Rogério Yuri, Edson Souza, Laudir Munaretto, Marcelo Mourão, Alex Cadeirante, Dill do Povo, Pedo Pepa, Karla Gomes e Janio Miguel.
A construção da sede do Samu será executada pela empresa Trento Soluções em Construções LTDA, com investimento total de R$ 4.779.367,55. Desse montante, R$ 3.056.945,00 são recursos federais do Novo PAC, enquanto R$ 1.722.422,55 correspondem à contrapartida da Prefeitura de Dourados. O novo prédio terá área construída de 791,63 m², em um terreno de aproximadamente 18,6 mil m², e prazo estimado de 10 meses para conclusão.






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