Centro de polêmica nacional no início deste mês, projeto de lei que propõe restringir a venda direta de produtos orgânicos é visto com incerteza por agricultores de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul, em razão do receio de que a nova legislação venha trazer obstáculos a mais para a atividade, que já enfrenta dificuldades para expandir produção e consolidar espaço no Estado. Estruturar escala de produção, garantir pontos de comercialização e ainda dispor de maquinários de forma regular estão entre as principais reivindicações.
Não é preciso ir muito longe para encontrar quem convive com esse cenário desafiador todo santo dia. Altair dos Santos Cáceres, 51 anos, um dos pequenos produtores do Polo de Orgânicos de Campo Grande – distante 18 quilômetros da Capital, onde há ao todo 14 lotes distribuídos para o plantio nessa modalidade –, conta que a produção de hortaliças em seu lote é comercializada semanalmente na Feira de Orgânicos da Praça do Rádio Clube.
Para o agricultor, que obtém renda aproximada de R$ 1,5 mil por mês, falta ter o cliente regular, mas também escala de produção. “Por causa dessa falta de escala, não temos como comprar ferramentas. A prefeitura ajuda, mas [no polo] temos só uma patrulha volante para atender”, contou.
*Correio do Estado
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