A oposição venezuelana anunciou nesta terça-feira que convocará um referendo revogatório e promoverá uma emenda para tirar do poder o presidente Nicolás Maduro, assim com fará uma grande mobilização para pressionar pela renúncia do chefe de Estado. "A Mesa da Unidade Democrática (MUD) tomou a decisão unânime de convocar o povo da Venezuela a formar o maior movimento de pressão popular que já existiu para ativar todos os mecanismos de mudança", afirmou o secretário-executivo da coalizão opositora, Jesús Torrealba.
Torrealba disse ainda que o Parlamento, de maioria opositora pela primeira vez em 17 anos de hegemonia chavista, planeja impulsionar uma emenda constitucional que seja votada pelos venezuelanos "para reduzir o mandato presidencial e conseguir eleições este ano". Ao mesmo tempo, acrescentou, "iniciar o processo de referendo revogatório", que pode ser ativado uma vez que Maduro, eleito em abril de 2016 para um período de seis anos, cumpra, dentro de um mês, a metade de seu mandato.
A oposição convocou, a partir de sábado, "uma ampla mobilização popular e pacífica" para pedir a renúncia de Maduro e antecipas as ações do Parlamento. "O que fez a Unidade? Invés de nos dividirmos pelos mecanismos, nós nos unimos pela estratégia de luta", afirmou Torrealba, ao explicar a decisão da MUD. "O governo trancou o jogo e aprofundou o desastre econômico. Já não aguentamos, somos vítimas da pior crise da história do país, nada funciona. Por isso a Venezuela assumiu o caminho da mudança", disse ainda Torrealba, declarando-se convicto de que com esta estratégia múltipla conseguirão avançar em seu objetivo.
No entanto, analistas constitucionalistas advertiram que esses mecanismos terão de passar pelo filtro do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), repleto de magistrados subordinados ao governo e que há uma semana reduziu drasticamente os poderes do Legislativo.
(Fonte: Veja.com)
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