Um total de dezessete jornais venezuelanos, sendo sete da região de Caracas, não circularão durante a Semana Santa por falta de papel, revelou nesta segunda-feira o Instituto de Imprensa e Sociedade da Venezuela (IPYS). A ONG defensora da liberdade de expressão publicou uma lista de jornais que durante esta semana de festas católicas "estarão fora de circulação para driblar a crise".
O IPYS acrescentou que 45 jornais venezuelanos estão atualmente "em crise de papel", alguns desde 2013, quando o governo do presidente Nicolás Maduro, que monopoliza as divisas no país, criou uma corporação que controla a importação dos insumos para a imprensa. Nesta semana foi publicada a última edição do jornal El Carabobeño, da cidade industrial de Valencia, que atribui seu fechamento à censura oficial diante de sua postura crítica.
O jornal, que não teve a liberação de divisas para pagar insumos adquiridos no exterior, buscou matéria-prima ao custo do dólar paralelo, que é cotado muito acima do câmbio oficial, o que tornou a operação insustentável. Dois grandes jornais, El Nacional e El Universal, que circulam em todo o país, têm alertado sobre os níveis críticos de suas reservas de papel desde 2014. Alguns como La Nación - com sede em San Cristóbal (Táchira) - se viram obrigados a reduzir o número de páginas. Outros, a modificar sua periodicidade, como ocaso do Tal Cual, frontal opositor ao chavismo, que se tornou um semanário em novembro passado.
(Fonte: Veja.com)
Mín. 17° Máx. 33°