A saúde pública do Estado está um caos. Faltam médicos, medicamentos, insumos, equipamentos e leitos. Na Santa Casa de Campo Grande, os problemas são extensos. Além da superlotação em razão da greve de outras unidades de saúde, a falta de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) agrava a crise. Em alguns casos, enfermeiros precisam “quebrar o galho” oferecendo oxigenação manual a pacientes da área vermelha (em estado grave) enquanto aguardam por leitos adequadamente equipados.
Segundo a assessoria de imprensa do maior hospital de Mato Grosso do Sul, o problema é a falta de leitos de UTI, que são equipados de maneira que suprem a necessidade de pacientes em estado grave e que precisam de maiores cuidados.
Hoje, a unidade de saúde possui 93 leitos de UTI, que, conforme a assessoria, estão 100% ocupados diariamente. “Estamos preparando mais sete leitos de UTI por conta própria que devem ficar prontos em 30 dias”, informou a direção do hospital. Conforme Claudecine Valente, diretora operacional da Santa Casa, a quantidade de leitos que o hospital possui, e com a instalação de mais sete leitos, o hospital estaria dentro dos parâmetros exigidos. “A nossa quantidade de leitos de UTI está muito próxima do ideal. O problema é a grande demanda que vem das demais unidades e municípios”, comentou.
Ainda de acordo com a instituição, o número de leitos necessário é um dado relativo. “Como estamos atendendo a demanda de todo o Estado e de outras unidades de saúde que estão em greve, o número de leitos realmente não é suficiente. Além disso, o problema é que a população cresce exponencialmente e a demanda por leitos aumenta automaticamente. Mas em condições normais, atendendo a demanda de Campo Grande, estamos melhores que muitas unidades de saúde. Claro que precisamos melhorar, mas estamos lutando com as ferramentas que temos”, explicou a instituição em nota.
Pronto-socorro estava atendendo com 508% acima da capacidade
O Coren (Conselho Regional de Enfermagem) informou que em virtude da grande demanda da Santa Casa, conhecida depois de visita de fiscalização no local, foi constatada a necessidade de um implemento no quantitativo de profissionais de enfermagem, tanto de nível médio quanto superior, técnico de enfermagem e enfermeiros, respectivamente. “O pronto- -socorro estava atendendo 508% de sua capacidade no dia 11, quando foi feita a visita de fiscalização, porém mantendo a mesma equipe, que é de 20 enfermeiros e 96 técnicos em enfermagem. Por falta de leitos na UTI, a área vermelha do pronto-socorro acabou mantendo pacientes graves sob ventilação. Sem o número de equipamentos necessários para manter todos os pacientes que necessitem em ventilação mecânica, os profissionais de enfermagem realizaram esta atividade manualmente por várias horas. Foi calculado o quantitativo real de profissionais de enfermagem para prestar atendimento a esses pacientes, este cálculo mostrou que o número total de servidores deveria ser de 104 enfermeiros e 117 técnicos de enfermagem, distribuído nas 24 horas”, explicou a entidade.
Secretaria afirma que 50 novos leitos de UTI serão abertos em Campo Grande
A SES (Secretaria de Estado de Saúde) afirma que o Estado tem ao todo 397 leitos de UTI, sendo 244 credenciados no SUS (Sistema Único de Saúde) e 153 leitos que recebem recursos apenas do próprio hospital, sem credenciamento no Ministério de Saúde. Além de Campo Grande, estes leitos estão distribuídos nas cidades de Dourados, Três Lagoas, Corumbá e Aquidauana. De acordo com a pasta, está em curso a implantação de 50 novos leitos de UTI em Campo Grande. “Até o momento, tivemos a abertura de 20 leitos no Hospital Regional e na Maternidade Cândido Mariano”, informou a pasta.
O Coren (Conselho Regional de Enfermagem) afirma que todo o relatório da visita e o cálculo de dimensionamento de pessoal foi encaminhado para a responsável técnica pela equipe de enfermagem da Santa Casa para que providências sejam tomadas. O CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou um estudo de dezembro de 2015 cujo levantamento aponta que o Estado possui 363 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sendo 245 credenciados no SUS (Sistema Único de Saúde).
(Fonte: O Estado Online)
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