Um dos maiores gênios do esporte em todos os tempos fracassa e renuncia à seleção. Há 50 anos, o Brasil viveu exatamente a mesma angústia que tomou conta da Argentina nesta segunda-feira. Após o fiasco na Copa do Mundo de 1966, em que o Brasil saiu derrotado por Portugal na primeira fase, Pelé, então com 25 anos, anunciou que não jogaria mais pela seleção. Disse que "não dava sorte em Copas", apesar de já ter vencido duas - assombrou o mundo na Suécia em 1958 e, lesionado, comemorou o bi das arquibancadas chilenas em 1962. A truculência dos portugueses no Mundial da Inglaterra e o fracasso da seleção na última vez em que Pelé e Garrincha atuaram juntos decepcionaram o maior craque da época.
Pelé, no entanto, foi menos incisivo que Messi. Ao desembarcar em Congonhas, em 1966, o jogador repetiu o que havia dito a jornais ingleses. A edição de 26 de julho daquele ano do jornal O Estado de S.Paulo reproduz a indecisão de Pelé, que admitiu a chance de mudar de ideia para disputar a Copa de 1970. "Até lá são quatro anos e há tempo para pensar". Até pela juventude de Pelé e pelo fato de o Brasil não ter disputado muitas partidas após aquela Copa, o clamor pelo retorno do craque não foi tão grande. Estava claro que, mais cedo ou mais tarde, o Rei voltaria - e é provável que o mesmo ocorra com Messi.
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