Kamila Valieva, de apenas 15 anos, voltou ao estádio Imdoor nesta terça-feira (15), em maior à maior polêmica dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022. A russa foi liberada para competir mesmo após ser flagrada em exame antidoping.
A patinadora garantiu o seu lugar entre as atletas que vão brigar por medalha na patinação artística. Com uma apresentação quase perfeita no programa curto, ficou em primeiro e avançou para a disputa do programa longo.
Valieva fez a melhor apresentação do dia e liderou as competidoras russas nas primeiras colocações. Com 82,16 pontos, ficou à frente das compatriotas Anna Shcherbakova, com 80,20 em segundo lugar, e Alexandra Trusova, com 74,60 em quarto. Apenas a japonesa Kaori Sakamoto, com 79,84, se colocou no meio das atletas da Rússia, em terceiro.
A princípio, entre as 30 patinadoras inscritas, as 24 melhores seguiriam para o programa longo. Mas, por conta do caso de Valieva, o COI (Comitê Olímpico Internacional) aumentou o número de classificadas para 25. Além disso, a prova pode terminar sem pódio caso a atleta acabe entre as três primeiras colocadas. Também por decisão do COI, a premiação foi suspensa até que o caso chegue a um desfecho.
Valieva se apresentou ao som de In Memoriam, de Kirill Richter. Em uma performance cheia de elementos difíceis, a russa encantou o público mais uma vez. Com apenas uma falha no primeiro movimento, mas sem ir ao chão, garantiu a classificação com tranquilidade. É importante lembrar que o COI não permite saltos quádruplos, um dos movimentos mais bem executados pela russa, no programa curto.
Denis Oswald, oficial do COI, disse nesta terça que a defesa de Valieva afirmou que a contaminação por trimetazidina aconteceu por conta de um medicamento usado pelo seu avô. Esse foi um dos argumentos usados pela atleta no julgamento feito pela CAS (Corte Arbitral do Esporte, na sigla em inglês) que analisou uma possível suspensão e a perda da medalha de ouro conquistada na disputa por equipes.
A substância trimetazidina é usada para tratar angina e outros problemas cardiovasculares, como é caso do avô da patinadora. O COI ainda aguarda a análise de uma amostra "B".
Enquanto a polêmica aumenta por conta de mesmo diante do suposto doping a atleta seguir competindo, o fato de Valieva ter 15 anos pesa e a CAS entende que há menos dano em liberá-la para competir e, eventualmente, caso seja julgada culpada, anular qualquer resultado posteriormente.
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