A mulher, de 20 anos, presa sob suspeita de torturar o filho de 4 anos, em Chapadão do Sul, a 323 km de Campo Grande, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, após passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (14). Ela foi encaminhada para o presídio local.
Ao Campo Grande News, o delegado Felipe Machado Potter afirmou que prossegue com as investigações e aguarda laudos. O menino ainda se encontra internado na Santa Casa da Capital. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde dele.
A prisão da mãe ocorreu na segunda-feira, dia 12 de junho, após a Polícia Militar ser acionada pelo hospital, devido às graves lesões encontradas na testa e olhos da criança. A equipe médica contou que o pai levou o filho até a unidade e estava se contradizendo sobre o que causou os ferimentos.
Como o pai havia saído para pegar roupas e acompanhar a transferência da criança para a Capital, os militares conversaram brevemente com o menino. Ele contou que tinha medo, era ameaçado pela mãe e havia sido agredido com uma pedrada, causando o corte na cabeça. Também relatou que a mãe jogou uma bicicleta nele, ocasionando no ferimento na testa.
Consta em registro policial que o garoto já havia dado entrada no hospital em outras ocasiões, também apresentando lesões. A PM, então, foi até a casa da mãe e a prendeu por tortura. No imóvel, constatou que havia outras quatro crianças, entre idades de quatro meses e sete anos. As crianças com idade escolar nunca frequentaram a escola.
Depoimento - Ouvida na delegacia, a mãe negou agressão ao filho. Contou que no sábado (10) a irmã caiu em cima do garoto, que bateu a cabeça no chão. No momento, o ferimento não ficou feio, então não o levou ao médico. Somente na segunda-feira (12), com o ferimento mais visível, o marido levou o filho ao hospital.
Ainda, segundo a mãe, no dia 24 de maio, o garoto pulou o muro e se machucou, sendo, inclusive, socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Ela só tomou conhecimento dos fatos pelo Conselho Tutelar, pois estava trabalhando e não sabe quem acionou o socorro.
Sobre os filhos não estarem matriculados na escola, alegou que está morando em Chapadão do Sul há cerca de um ano e não havia conseguido a transferência da filha mais velha, de 7 anos, já que era natural de Alagoas. Com isso, acabou não matriculando o menino, porque queria que fosse para a escola junto com a irmã.
No relato, a mãe diz que o menino de 4 anos é o "único que dá trabalho, pois não para quieto". Ao negar o crime, afirma que corrige as crianças às vezes com chineladas nas pernas e outras restringe que elas assistam à televisão.
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