O ex-policial Paulo Roberto Teixeira Xavier criticou a estratégia da defesa de Jamil Name Filho, que tenta ligar a morte de Matheus Coutinho Xavier ao narcotráfico e PCC (Primeiro Comando da Capital). “Querem tirar o foco principal que é terem assassinado meu filho com sete tiros na cabeça”.
Xavier chegou há pouco no Fórum de Campo Grande. Disse que espera pela pena máxima, de 30 anos, aos três réus. “Essa condenação é o mais importante, vivi momentos terríveis, ouvir os últimos gemidos do meu filho; não desejo isso nem para o Jamilzinho Name, nem para o Vladenilson Olmedo, nem para o Marcelo Rios”.
O ex-policial relembrou o primeiro dia de julgamento e o fato de não ter sido questionado pela defesa dos réus sobre a estratégia adotada, a de fazer conexão com Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho. Os dois foram presos em 2008, durante a Operação Xeque Mate, que apurava a atuação do jogo do bicho na Capital.
Ontem, o advogado Nefi Cordeiro, que representa Jamil Name, perguntou aos delegados se sabiam quem era Sérgio Roberto de Carvalho e se lembravam de tatuagem na perna de Juanil Miranda Lima.
No caso de Lima, também réu do processo, mas ainda foragido, a tatuagem seria uma carpa, símbolo usado por integrantes do PCC.
“Por que não perguntaram para mim? Esses advogados, que devem estar ganhando em torno de R$ 5 milhões, como não acham a justificativa para o que os clientes fizeram, estão tentando imputar outras responsabilidades para mim.”
Xavier conta que recebeu apoio de várias pessoas quando afixava as faixas alusivas ao julgamento, em que citava a frase de matar de “picolezeiro a governador”. Contou que uma mulher o abordou e relembrou a morte de sobrinho, que teria ficado impune.
Segundo PX, como é conhecido, os Name foram “o estado e a Justiça” por 40 anos. “Não estavam nem aí se pegassem a vítima certa ou não”. Afirmou: “se quisessem me matar, que fizessem direito, com meu filho, não”.
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