A seleção brasileira masculina sub-20 deu adeus ao Campeonato Mundial da categoria, disputado no Chile, na primeira fase. Neste sábado (4), a equipe comandada por Ramon Menezes foi superada pela Espanha, por 1 a 0, no Estádio Nacional de Santiago. Com um empate e duas derrotas, o Brasil terminou o Grupo C de forma melancólica, na última colocação, com apenas um ponto.
Os espanhóis, com quatro pontos, aguardam a conclusão da primeira fase para saberem se conseguem vaga entre os quatro melhores terceiros colocados. No outro jogo do Grupo C, o México venceu Marrocos por 1 a 0 e assegurou a segunda posição da chave, com cinco pontos. Os africanos, com seis, classificaram-se na liderança.
O gol que decretou a eliminação brasileira saiu aos dois minutos do segundo tempo, com o atacante Iker Bravo, da Udinese, da Itália. O Brasil teve chances para balançar as redes. Na melhor delas, logo aos sete da etapa inicial, o atacante Wesley, ex-Corinthians e atualmente no Al Nassr, da Arábia Saudita, cruzou pela esquerda e o meia João Cruz, do Athletico-PR, mandou no travessão. Depois do intervalo, o meia Rhuan Gabriel, do Cruzeiro, e o atacante Luighi, do Palmeiras, perderam as principais oportunidades.
É a primeira vez que o Brasil, pentacampeão do torneio, cai na primeira fase de um Mundial sub-20, o que configura, de longe, a pior campanha do país na competição, que ocorre desde 1977. O desempenho mais frágil até então era uma eliminação nas oitavas de final da edição de 2007, no Canadá - coincidentemente, também com derrota para a Espanha. Aquela seleção brasileira tinha jogadores como o goleiro Cássio, o lateral Marcelo, o zagueiro David Luiz, o meia Renato Augusto e o atacante Alexandre Pato.
A atual geração sub-20 do Brasil tem nomes de grande expectativa no futebol europeu. O zagueiro Vitor Reis, por exemplo, é o defensor brasileiro mais caro da história, negociado com o Manchester City, da Inglaterra, pelo Palmeiras por 37 milhões de euros (R$ 232 milhões, na cotação da época). O mesmo Verdão formou, também, os atacantes Estevão (Chelsea, da Inglaterra) e Endrick (Real Madrid, da Espanha), ambos com presenças na seleção principal, inclusive como titulares.
Como o Mundial, apesar de organizado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), não ocorre no período destinado a jogos entre seleções (a "Data Fifa"), os clubes não têm obrigação de liberar os atletas para a competição, o que costuma enfraquecer as seleções - não somente a brasileira. Um exemplo: o atacante Rayan, uma das grandes promessas da nova geração, já é titular do Vasco e o Cruzmaltino decidiu não ceder o garoto para a competição.
Na seleção convocada por Ramon para o Mundial, poucos atletas são titulares ou mesmo têm sido aproveitados nos clubes que defendem. Os atacantes Pedrinho, presente em 14 jogos do Zenit na atual temporada do Campeonato Russo; e Deivid Washington, que esteve em 20 partidas do Santos em 2025, emprestado pelo Chelsea, são exceções. Ambos foram reservas no Chile.
A classificação brasileira para o Mundial veio com o título do Sul-Americano da categoria, em fevereiro. A campanha, porém, foi marcada por uma goleada por 6 a 0 sofrida para a arquirrival Argentina, ainda na primeira fase. No ano passado, a seleção masculina - que não é sub-20 e sim sub-23 - já havia sido eliminada no Pré-Olímpico e ficou fora dos Jogos de Paris, na França. Em 2023, na Copa do Mundo anterior, a queda foi nas quartas de final, para Israel.
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