A Petrobrás selou acordo com a gigante russa de fertilizantes, Acron, para a venda da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3), empreendimento bilionário cuja a construção em Três Lagoas - a 326 quilômetros de Campo Grande - foi interrompida em dezembro de 2014, por ilegalidades apontadas pela Operação Lava Jato.
Conforme o secretário de Meio Ambiente, DesenvolvimentoEconômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, o acordo deve ser assinado hoje, em uma reunião entre representantes das empresas brasileira e russa. “Dentro do procedimento de negociação, é mais um passo fiundamental, é a asssinatura do protocolo de intenções das empresas. A nossa expetativa é de que até 30 de agosto seja feita a assinatura de contrato”, explicou Verruck.
Na últimas semanas, representantes da estatal brasileira e da empresa russa estiveram reunidos com integrantes do governo do Estado, para definir os critérios de prorrogação dos incentivos fiscais concedidos à obra.
O acordo celebrado prevê que os incentivos fiscais concedidos à Petrobras sejam prorrogados por mais dois anos, tempo suficiente para a Acron, maior produtora de feritilizantes do mundo, concluir a obra. Conforme Verruck, o que interessa agora é que o cronograma de conclusão da negociação entre as duas empresas, e a retomada das obras, avança rapidamente. “O que ocorre nesta sexta-feira é um reunião técnica, entre as partes negociadoras, a partir daí começam os detalhes para assinatura do contrato. Uma das questões fundamentais era a questão do gás, eles fizeram uma negociação com os bolivianos que se comprometeram a fonercer a matéria-prima a partir de 2023”, disse.
A YPFB, empresa estatal de energia da Bolívia fechou acordo com a Acron para fornecer gás às unidades da empresa no Brasil, entre elas a fábrica de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul (UFN3) no início deste mês. A negociação prevê a venda de 2,3 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia da empresa pública boliviana para o grupo russo por um período de 20 anos, válido a partir de 2023.
Conforme Verruck, além de se tornar fornecedora da Acron no Brasil, a YPFB também pretende ser sócia da empresa russa na UFN3 em Três Lagoas, com uma fatia de 12% a 30% na fábrica.
Para Mato Grosso do Sul, o principal reflexo desse acordo é a retomada da fábrica de fertilizantes inacabada em Três Lagoas desde dezembro de 2014 e com 83% das obras já concluídas.
“A matéria-prima da UFN3 é gás, já que ela é uma separadora e são três produtos separados: ureia, amônia e CO2. Não existe UFN3 sem o gás natural. Do ponto de vista do fornecimento de longo prazo, é fundamental porque resolve o problema de matéria-prima. Mato Grosso do Sul ganha, porque são 2,2 milhões de metros cúbicos que passarão pelo gasoduto, gerando arrecadação em ICMS”, destacou o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.
Ainda segundo o titular da Semagro, o acordo selado entre YPFB e Acron implica que a Bolívia terá de reduzir preço. “Foi fechado o volume, o prazo, que é de 20 anos, e o valor, que não foi divulgado. A validade é a partir de 2023, portanto, é um prazo condizente com o que vem sendo tratado até agora pelos russos com o governo do Estado”, comentou.
Outra sinalização importante é que a empresa ingressou com pedido na Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (Jucems), com a intenção de abrir escritório de representação em Campo Grande.
*Correio do Estado
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