
Roberto Razuk, de 84 anos, foi preso em decorrência da Operação Sucessione, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), por suspeita de envolvimento em organização criminosa, corrupção, violação de sigilo profissional e exploração de jogo do bicho.
A defesa, assinada pelos advogados João Arnar e Leonardo A. Ribeiro, entrou com pedido de substituição da prisão preventiva por domiciliar, apresentando laudos e fotos que atestam a gravidade de seu quadro clínico.
Os advogados alegaram que Razuk está com a saúde “extremamente debilitada” porque passou recentemente por uma cirurgia para retirada de um tumor cancerígeno.
A defesa ainda sustentou que o ex-deputado é portador de diversas comorbidades graves, necessita do uso constante de aparelho de oxigênio e está em “risco eminente de óbito” após a cirurgia oncológica.
A substituição da prisão foi condicionada ao uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares, como a proibição de contato com os demais investigados.
“O Código de Processo Penal prevê expressamente essas hipóteses humanitárias. Manter um idoso de 84 anos, com um quadro de saúde tão frágil, em um ambiente prisional que sabidamente não possui estrutura para cuidados médicos complexos, seria submetê-lo a um tratamento desumano e degradante. A justiça agiu corretamente ao aplicar a lei, garantindo que o processo continue, mas sem colocar a vida do réu em risco iminente”, declarou o advogado Leonardo A. Ribeiro.
O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) cumpriu 20 mandados de prisão preventiva e de 27 mandados de busca e apreensão na 4ª fase da Operação Successione, realizada ontem.
Foram cumpridos mandados nos Municípios de Campo Grande, Corumbá, Dourados, Maracaju e Ponta Porã, além de alvos nos Estados do Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Segundo o MPE, as fases anteriores da Operação Successione revelaram a atuação de uma organização criminosa armada, violenta, que se dedicava à exploração de jogos ilegais, corrupção e demais delitos correlatos, responsável por roubos com emprego de arma de fogo, no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho em Campo Grande, em razão do vácuo deixado após a operação Omertá.
Com a continuidade das investigações, foi possível identificar mais 20 integrantes dessa organização criminosa, inclusive outros líderes, que atuavam para estabelecer seu domínio no jogo ilegal em Mato Grosso do Sul, onde já atuam em diversos municípios.
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