
A ASMMP (Associação Sul-Mato-Grossense de Membros do Ministério Público) emitiu nota declarando apoio ‘total e irrestrito’ à promotora de Justiça Luciana Moreira Schenk, casada com o policial Augusto Torres Galvão Florindo, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), preso por receber propina para facilitar o contrabando.
Augusto e o ex-guarda municipal Marcelo Raimundo foram presos em flagrante pela PF (Polícia Federal) durante pagamento de propina, no estacionamento de um supermercado em Campo Grande, na última sexta-feira (28).
A entidade que representa os membros do MPMS criticou reportagem do Jornal Midiamax. No entanto, a matéria “Policial preso recebendo propina é casado com promotora que ‘fiscalizava’ polícias no MPMS” limitou-se a informar que Schenk é casada com policial acusado por corrupção e que ela atuou por anos no setor responsável por investigar, justamente, a polícia, o Gacep (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial). Schenk chefiou investigações sobre abusos e ilegalidades envolvendo policiais. Atualmente, ela é assessora especial da Corregedoria-Geral do MPMS.
Em nota pública, assinada pelo presidente da ASMMP, promotor de Justiça Fabrício Secafen Mingati — que também já atuou no Gacep junto de Schenk — afirma que a promotora foi alvo de comentários ofensivos e que a entidade irá adotar as ‘medidas cabíveis para a preservação da honra e da segurança institucional de sua associada’.
O Jornal Midiamax reforça que se limitou a apresentar os fatos e não relacionou a membro do MPMS com o crime, mas com o fato de ela ter sido responsável por fiscalizar policiais e o esposo estar envolvido em caso de corrupção. O MPMS, assim como todas as partes envolvidas, foi oficialmente acionado para se posicionar sobre o caso, o que ainda não ocorreu. O espaço continua aberto para manifestações em qualquer tempo sobre os fatos apontados nas investigações da Polícia Federal.
“Vou dizer que sou influenciado? Não […]. Acontece”, essa foi a resposta do policial Augusto Torres Galvão Florindo, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), ao ser questionado sobre a motivação para o recebimento de propina na última sexta-feira (28).
Em interrogatório na delegacia, o policial civil confessou o desvio da mercadoria. Ele disse que o dinheiro que estava recebendo era de uma venda de produtos contrabandeados. Questionado sobre como teve acesso às mercadorias, Augusto respondeu que eram oriundas de apreensões.
Augusto também afirmou que era responsável somente por receber a venda. Ele não quis revelar nomes de outros envolvidos na empreitada criminosa.
A prisão ocorreu após a PF receber denúncia anônima de que uma mulher faria um saque bancário para pagamento de propina, supostamente relacionada a atividades de contrabando.
No dia 28 de novembro de 2025, a PF interceptou a transação. O ex-guarda municipal Marcelo Raimundo da Silva, investigado por crimes de contrabando e descaminho, teria efetuado o pagamento de cerca de R$ 160 mil a Augusto, em um estacionamento de supermercado em Campo Grande.
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