Com o objetivo de combater os efeitos da prisionização e à reincidência criminal, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio do Patronato Penitenciário de Campo Grande, está desenvolvendo o projeto “Novo Cidadão – Reintegração Social e Cidadania do Egresso”. Iniciada no último dia 22, a ação prevê a realização de cursos periódicos para homens e mulheres em livramento condicional. A solenidade de abertura oficial do projeto contou com a participação de representantes da Agepen, Poder Judiciário e Ministério Público.
A iniciativa foi idealizada pela agente penitenciária da área de Assistência e Perícia, psicóloga Sofia Rodrigues da Silva Portela, e conquistou a terceira colocação na categoria “Ideias Inovadoras Implementáveis” do XIII Prêmio Sul-mato-grossense de Inovação na Gestão Pública, realizado ano passado pelo Governo do Estado.
A proposta tem como objetivo implementar ações diretas com egressos do sistema penitenciário, oferecendo apoio psicológico e trabalhando na sua reestruturação social diante do novo papel que ele assume como cidadão. Para a iniciação dos trabalhos, serão atendidos 20 egressos.
Segundo a psicóloga Sofia, através de inúmeros atendimentos foi possível perceber que a fase de egresso é a fase mais importante durante a permanência do indivíduo custodiado pelo Estado. “É justamente nessa fase que a pessoa está com vontade de se regenerar e se manter distante de ações ilegais, que a façam retornar para a privação de sua liberdade. Então essa fase do livramento condicional é imprescindível oferecermos suporte e esse projeto vem como uma ferramenta de intervenção eficaz, tentando mudar a realidade que atinge hoje um índice de 70% de reincidência criminal, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)”, argumentou.
Com a implantação do projeto “Novo Cidadão”, o Patronato Penitenciário da capital busca oferecer um acolhimento ainda mais humanizado ao público alvo, oportunizando bem-estar aos egressos que se encontram na readaptação de suas vidas em sociedade.
O diretor do Patronato, Marcos Moisés de Sant’Ana Junior, agradeceu pela disposição e confiança de todos os parceiros em estarem contribuindo para a concretização dessa iniciativa. “A minha maior preocupação como gestor aqui é fazer com que a gente salte em relação ao desenvolvimento de nossas atribuições, além de emitirmos a carteira de visitante, o foco da nossa equipe é fazer com que o egresso recupere um pouco da identidade profissional e social”, afirmou, parabenizando os apenados que disseram um ‘sim’ para essa proposta. “Porque acima de tudo, o ser humano para mudar e evoluir é preciso ter a vontade e a coragem de ser hoje diferente daquilo que era ontem”, disse.
O curso é dividido em quatro módulos: Conscientização; Motivação e Autoestima; Cidadania; e Qualidade de vida. Durante as palestras, serão abordados temas como “O impacto da prisão na vida de uma pessoa”; “Desenvolvimento Pessoal”; “Como elaborar um currículo”; “Como portar-se diante de uma entrevista de emprego”; “Inteligência Emocional”; entre outros assuntos importantes.
Egresso José Geraldo (à esquerda), acredita que a participação no projeto vai contribuir para um recomeço longe do crime.
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