Governo de MS fecha 5 escolas e entrega 8 para prefeituras
29/11/2019 às 09h33
Por: Tribuna Popular
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A SED (Secretaria de Estado de Educação) divulgou nesta sexta-feira (29) a lista de escolas fechadas em Mato Grosso do Sul. Ao todo, são 13 escolas ‘reordenadas’, sendo que cinco delas encerram as atividades e 8 passam a ser municipais, ou seja, deixam de oferecer o ensino médio.
A secretária Maria Cecília Amêndola da Motta explica que o reordenamento de escolas deve continuar nos próximos anos e que a justificativa é de que o Governo quer mais escolas de tempo integral. Ela explica que a escolha das escolas que deveriam fechar não foi aleatória e que uma empresa foi contratada para fazer um estudo sobre quais poderiam ser fechadas ou municipalizadas.
[caption id="attachment_1015005" align="alignleft" width="320"] Secretária diz que novas escolas devem fechar nos próximos anos. /Foto: Ana Palma[/caption]
O Estado tem atualmente 62 escolas de tempo integral: 29 de ensino fundamental e 33 de ensino médio. De acordo com a secretária de educação, mais 14 escolas de ensino médio e duas de fundamental devem abrir no início de 2020.
“O reordenamento é questão de logística, para que possamos investir em escolas de tempo integral. Temos uma meta de até 2024 ter 60% das escolas em tempo integral em MS”, disse a secretária.
Os alunos das escolas fechadas terão prioridade na pré-matrícula, segundo a SED. Os funcionários que trabalhavam nas escolas também devem ter prioridade ao escolher uma nova escola para atuar.
Confira lista de escolas:
Aquidauana
E.E. Coronel Antônio Trindade: fechada
E.E. Prof. Luiz Mongelli: entregue para Prefeitura
Deodápolis
E.E. Edwirges Coelho Derzi: entregue para a Prefeitura
Dourados
E.E. Rotary Dr. Nelson de Araújo: entregue para a Prefeitura
Glória de Dourados
E.E. Hilda Bergo Duarte: fechada
Campo Grande
E.E. Nicolau Fragelli: entregue para a Prefeitura
E.E. Prof Carlos Henrique Schrader: fechada
E.E. Advogado Demosthenes Martins: entregue para a Prefeitura
E.E. Prof. Hilda de Souza Ferreira: entregue para a Prefeitura
Iguatemi
E.E. Paulo Freide: fechada
E.E. Leopoldo Dalmolin: fechada
Mundo Novo
E.E. Prof. Terezinha dos Santos Mendonça: entregue para Prefeitura
Ponta Porã
E.E. Lions Clube de Ponta Porã: entregue para a Prefeitura
Cinco escolas fechadas no início do ano
Desde o início de 2019, cinco escolas estaduais fecharam em Mato Grosso do Sul. Por enquanto, ainda não há uma estimativa de economia com o fechamento das escolas. A titular da SED (Secretaria de Estado de Educação), Maria Cecília Amêndola da Motta, explicou ao Midiamax que as escolas têm sido reordenadas devido à redução dos alunos na escola. Segundo ela, este processo é normal e natural, já que as famílias têm tido cada vez menos filhos.
“Entre 2010 e 2019, houve uma redução de quase 52 mil alunos. Se a gente considerar que cada sala tem uma média de 30 alunos, são muitas salas. Antes, as famílias tinham até sete filhos, hoje em dia são dois, no máximo”, diz.
A respeito do fechamento de escolas e reordenação dos alunos para outras unidades, a secretária disse que em Campo Grande há passe de ônibus para os estudantes. “Em Campo Grande tem o passe do estudante. Preferimos diminuir o número de escolas e equipar melhor as outras. Não tem motivo ara ter escolas vizinhas com 200, 300 alunos”, disse.
Fechamento de escola preocupa comunidades indígenas
Enquanto quatro escolas são entregues para a Prefeitura em Campo Grande, uma será fechada. O anúncio do fechamento da Escola Estadual Prof° Carlos Henrique Schrader, no bairro Flamboyant, tem preocupado não só alunos e professores, mas toda a Aldeia Indígena Urbana Marçal de Souza, localizada no bairro Tiradentes.
Segundo o Cacique Josias Jordão Ramires, o maior medo da comunidade é a desistência em massa por parte dos alunos. O vice-presidente da comunidade Rodrigo Soares, alerta ainda para as dificuldades que as famílias passam e que o deslocamento desses alunos para um local distante traz também uma preocupação para a liderança.
“A gente sabe que a realidade de muitas famílias do portão para dentro das casas não é das melhores, muitas vivem com uma renda baixa, e aí tem o custo do deslocamento, porque passe de estudante atrasa. Além disso, a questão da merenda, tem muito aluno que só come na escola. Tem casa que tem 4 filhos na escola, imaginar pagar o vale transporte todos os dias por pelo menos 1 mês até esse vale transporte chegar? ”, destacou.
*Midiamax
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