As chuvas dos últimos três meses, intensas e volumosas, têm deixado quem vive no Pantanal sul-mato-grossense em alerta.
Enquanto a cheia – que desce de Cáceres e Bela Vista do Norte – não vem, a maioria dos produtores rurais das regiões do Abobral e Nabileque já removeu o gado, motivados pelas fortes chuvas no território do Estado.
Para se ter uma ideia do volume de águas na planície, desde o dia 1º de outubro de 2017, a Estação Meteorológica da Embrapa Pantanal, na Fazenda Nhumirim, região do Nabileque, verificou 681,4 milímetros de chuva até ontem. O volume é muito mais que um terço do esperado para toda aquela região durante o ano: média de 1,5 mil milímetros.
Nas duas primeiras regiões, o fenômeno chamado repiquete, das águas do Rio Paraguai, perto da foz dos rios Miranda, Aquidauana, Negro e Taquari, levou os produtores da região a antecipar a remoção do gado.
“Apesar de estarmos fora do período de cheia (esperada a partir do fim de abril), as enchentes do Rio Miranda e Aquidauana, que estão em níveis acima do normal, já estão se aproximando do Rio Paraguai, por isso o gado nestas regiões já foi removido”, explicou Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá.
Ainda sem sofrer fortemente as consequências das chuvas em seus afluentes sul-mato-grossenses, o Rio Paraguai vem subindo, mesmo que lentamente.
De terça-feira para ontem, o nível na régua de Ladário (2,55 metros) foi 2 centímetros maior, mesma quantidade de Bela Vista do Norte (3,84 m). No Forte Coimbra e em Porto Murtinho, localizados a jusante destas outras duas réguas, o rio ficou ainda mais cheio: 5 centímetros a mais.
*Correio do Estado
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