Despejos de esgotos sanitários, exploração mineral e principalmente o manejo inadequado do solo utilizado para plantio extensivo de soja e pecuária de corte têm sido os responsáveis pelo assoreamento dos rios da Bacia do Alto Paraguai (BAP), no Pantanal. Pelo menos 22 importantes cursos d’água, localizados nas regiões noroeste e oeste de Mato Grosso do Sul, estão sendo “invadidos” por sedimentos, que entopem nascentes e causam preocupante desequilíbrio ambiental.
“Começando pelo Rio Aquidauana, até o Miranda, e já quase chegando à foz, em Albuquerque, grande parte dos rios já não tem APP (Área de Preservação Permanente). Existe acesso de gado aos rios e plantio de soja e arroz muito próximo da água, inclusive, tem uma fazenda de produção de arroz que drena água do rio e faz com que passe por todo o mecanismo de cultivo deles”, pontua André Luiz Siqueira, diretor-presidente da organização não-governamental Ecoa – Ecologia e Ação.
Para ele, “os rios têm sofrido, isso é notório, é muito comum navegar no rio com 50 a 60 centímetros de altura. E não se tem hoje no Estado o levantamento da qualidade da água para ver o nível tóxico de defensivos agrícolas. Não são feitos exames, não existe nada”, sustentou.
Estão entre os prejudicados os rios Correntes, Paraguai, Paraguai Mirim, Taquari e Taquari Velho, Piquiri, Jauru, Coxim, Aquidauana, Negro, Capivari, Miranda, Salobra, Nioaque, Nabileque, Aquidabã, Branco, Amanguijá, Perdido, Santo Antônio, Apa e Caracol.
*Correio do Estado
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