Elas não usam gasolina e muito menos álcool ou diesel e basta apenas o esforço físico e equilíbrio para começar a rodar. É a bicicleta que há quase uma década sumiu das ruas de Dourados, mas que está retornando com força desde quinta-feira no município que tem uma topografia plana que favorece a prática do ciclismo.
Firmino Centurion Alves, 45 anos é pedreiro e hoje deixou a sua moto parada por falta de gasolina e foi ao trabalho com sua velha bicicleta. Assim como Firmino muitos trabalhadores pegaram suas bicicletas por causa da falta de combustíveis.
“As ruas de Dourados são planas e isso facilita em muito o uso de bicicleta”, disse a empregada doméstica Maria Carmem Oliveira dos Santos, que deixou de usar bicicleta quanto comprou sua primeira moto em 2009.
O estudante João Gabriel Ribeiro, 12 anos, teve que resgatar a sua bicicleta que estavam com os pneus murchos para poder ir ao treino da escolinha de futebol. Ele assim como Ricardo Freitas, 22, foi até a borracharia de João Correia da Silva, 57, para encher os pneus para poder pedalar.
João Correia que há cinco anos largou a profissão de caminhoneiro disse que desde quarta-feira dezenas de pessoas lhe procuraram para encher de ar os pneus das bicicletas. “Larguei de trabalhar com caminhão porque não ganhava pouco e não parava em casa”, disse o borracheiro que abriu o seu próprio negócio na varanda de sua própria casa na Rua Frei Antônio no bairro Parque dos Coqueiros.
CIDADE DAS BICICLETAS
Até 2008 Dourados era conhecida como a “Cidade das Bicicletas” para grande quantidade delas que circulavam pelas ruas. Até ciclovias e ciclofaixas foram construídas pela Prefeitura.
Depois disso, segundo o historiador Carlos Magno Mieres Amarilha, os trabalhadores passaram a ter crédito fácil e substituíram as “magrelas” pelas motos. Estas mesmas motos que hoje estão paradas por falta de combustível, segundo Carlos Magno, estão dando lugar as bicicletas que estavam guardadas.
“Eram comum ver além das ciclovias e ciclofaixas dezenas de bicicletários nas avenidas de Dourados, principalmente na Marcelino Pires”, disse o historiador ao lembrar que existiam quase sessenta mil delas em circulação. Com a chegada das motos, segundo Carlos, as ciclofaixas foram destruídas e as ciclovias entraram em desuso.
*Correio do Estado
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