Os acordes de Jumpin Jack Flash marcaram nesta sexta-feira o começo do show histórico dos Rolling Stones no complexo Ciudad Deportiva, em Havana, a última fronteira do rock no continente americano. "Sabemos que há alguns anos era difícil ouvir nossa música em Cuba, mas aqui estamos, tocando para vocês em seu lindo país. Acredito que, finalmente, os tempos estão mudando", declarou Mick Jagger no microfone, em espanhol.
Foram duas horas e meia de apresentação em um evento gratuito e ao ar livre, que reuniu 450.000 pessoas. "Aqui estamos finalmente. Temos certeza que será uma noite inesquecível", afirmou o carismático vocalista. O público, que misturava gente de todas as idades e nacionalidades, não decepcionou e se entregou em cada segundo do show.
Nas primeiras fileiras predominava fãs estrangeiros - britânicos, alemães, americanos, argentinos e mexicanos -, muitos já com seus cabelos brancos: admiradores fanáticos da banda que a acompanham onde quer que vá, e que, certamente, não queriam perder a oportunidade de testemunhar os Stones em Cuba. Já na área VIP, a top model Naomi Campbell e o ator Richard Gere eram alguns dos nomes de destaque.
Os quatro minutos da versão original de Satisfaction (1965) se alongaram por mais que o dobro do tempo e todos, desde os roqueiros no palco até o último expectador em Havana, desfrutaram de um concerto histórico.
Cuba inaugurou um novo momento político desde que anunciou uma reaproximação histórica com os Estados Unidos, em dezembro de 2014. Desde o começo do dia, era possível ver uma bandeira que combinava as barras e estrelas dos EUA e a de Cuba, unidas pelo logotipo dos Stones. Os ares renovados após a abertura ao exterior também são vísiveis para os visitantes. "A mudança está chegando a Cuba e os Rolling Stones serão um símbolo dessa mudança. O melhor show que eu já vi em minha vida", disse o fã canadense Kirk, ao lembrar a única vez que um show da banda ao vivo, há anos em seu país natal.
(Com agência EFE)
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