O supertúnel de coleta de esgoto que se rompeu nesta terça-feira (1º), vazou e causou a abertura de uma cratera ao lado de obra da Linha 6-Laranja do Metrô, na Marginal Tietê, Zona Norte de São Paulo, entrou em operação em 2020 e atendia cerca de 2,2 milhões de pessoas, segundo a Sabesp.
Chamada Interceptor de Esgotos (ITI-7), a tubulação é responsável por coletar o esgoto de nove bairros da região central de São Paulo e encaminhar os dejetos para a estação de tratamento de Barueri, na Grande São Paulo, a ETE Barueri.
“A Sabesp informa o rompimento de uma tubulação de esgoto durante execução das obras da Linha 6 do Metrô nesta manhã (1/2). Em conjunto com a Secretaria de Transportes Metropolitanos e com a empresa responsável pela obra do Metrô, equipes técnicas da Sabesp trabalham para identificar as causas do rompimento e iniciar os serviços para conserto”, disse companhia.
A tubulação está instalada no trecho entre a Avenida do Estado, no Centro, e a Ponte do Piqueri, na Zona Norte, onde aconteceu o acidente desta terça-feira (1).
O supertúnel foi criado como parte do projeto de despoluição do Rio Tietê, evitando que o esgoto gerado em bairros como Bela Vista, Consolação, República, Anhangabaú, Sé e Liberdade, abrangendo também Aclimação, Cambuci e Ipiranga, fosse parar direto do rio.
Com cerca de 7,5 km de extensão, o supertúnel ITI-7 tem 3,4 metros de largura e 2,65 metros de altura e foi construído embaixo da Marginal Tietê.
A estrutura da Sabesp é ligada a um conjunto de tubulações subterrâneas que totaliza 15 km de extensão, que tem a Estação Elevatória de Esgoto Piqueri; o Coletor-Tronco Anhangabaú e o Interceptor Tamanduateí (ITa-1J) como integrantes.
As obras de todo o completo de coleta da Sabesp foram iniciadas durante a gestão do então governador Geraldo Alckmin (sem partido), ao custo total de R$ 624 milhões em investimentos do governo paulista e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), segundo anunciou o governo paulista em 2017.
A estrutura da Sabesp é ligada a um conjunto de tubulações subterrâneas que totaliza 15 km de extensão, que tem a Estação Elevatória de Esgoto Piqueri; o Coletor-Tronco Anhangabaú e o Interceptor Tamanduateí (ITa-1J) como integrantes.
Segundo a Sabesp, técnicos da companhia trabalham no momento para desviar o esgoto para outros interceptores da cidade.
Um funcionário da Acciona, empresa responsável pela obra da Linha 6-Laranja com a Linha Uni, disse à TV Globo em sigilo que o tatuzão que escavava o túnel do metrô estava exatamente no ponto do acidente na manhã desta terça (1).
A concessionária concluiria a escavação do túnel e a previsão era terminar no dia seguinte, quarta (2), com o “encontro dos túneis da linha”, um que vinha no sentido Centro, outro no sentido bairro.
Os funcionários notaram que havia algo errado quando uma quantidade de água acima do normal começou a verter do solo. Os cerca de 50 operários que trabalhavam ali evacuaram o túnel do Metrô.
A concessionária afirma que sabia da presença da tubulação de esgoto da Sabesp e que o tatuzão não atingiu a estrutura da rede de esgoto, apenas passou perto. Uma das hipóteses é a de que a vibração provocada pela máquina tenha danificado essa estrutura da Sabesp, mesmo se tratando de uma estrutura nova da companhia de água e esgoto do estado.
Oficialmente, a Acciona e a Linha Uni dizem apenas que "ocorreu um rompimento de uma coletora de esgoto próximo ao VSE Aquinos (Poço de Ventilação e Saída de Emergência)".
“O incidente não causou nenhuma vítima. Equipes da Linha Uni, da Acciona e demais técnicos estão no local para apurar os fatos. Todas as medidas de contingência já foram tomadas. Parte do asfalto da Marginal Tietê cedeu e, por questão de segurança, a pista está parcialmente interditada”, afirmaram as empresas concessionárias.
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