O Brasil tem, hoje, ao menos 32 milhões de crianças e adolescentes que vivem na pobreza.
É o que aponta a pesquisa “As Múltiplas Dimensões da Pobreza na Infância e na Adolescência no Brasil”, do Unicef.
Os dados presentes no levantamento apresentam dados até 2019 sobre pobreza; até 2020 sobre saneamento básico; até 2021 sobre renda e até 2022 sobre educação.
À CNN Rádio, a chefe de Políticas Sociais, Monitoramento e Avaliação do Unicef Liliana Chopitea explicou que a pobreza infantil tem que ser analisada além da renda.
“É necessária uma visão multidimensional, que é o que a gente analisou, como acesso a saneamento, informação, moradia adequada, educação fundamental, acesso à água e proteção contra o trabalho infantil.”
Diante de todos esses fatores, 63% do total de crianças e adolescentes se enquadram na situação de pobreza.
Chopitea avalia que o cenário é desafiador, mas não impossível de ser revertido.
“O Brasil já foi exemplo de políticas de proteção social que tiraram milhões de possibilidades, mesmo com cenário de crise global, as políticas sociais têm de ser priorizadas”, completou.
Segundo ela, é preciso fazer análises de onde estão os recursos públicos: “Queremos contribuir para mapear essa situação para que os recursos sejam destinados para onde eles são necessários.”
Ao mesmo tempo, a chefe do Unicef defende que os sistemas precisam ser fortalecidos, como educação, saúde e assistência social.
O Unicef considera que o novo ciclo de governo, tanto no âmbito federal quanto estadual, sempre é “uma porta aberta para que melhore” e, por isso, o Fundo fez o estudo para contribuir com as novas gestões.
*Com produção de Isabel Campos
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