Após a cassação do mandato de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), os deputados federais de Mato Grosso do Sul, Luiz Ovando (PP) e Rodolfo Nogueira (PL), popularmente como Gordinho do Bolsonaro saíram em defesa do ex-parlamentar e demonstraram solidariedade ao jurista na tarde desta quarta-feira (17), em Brasília.
O apoio foi em forma de protesto durante a entrevista coletiva concedida por Dallagnol. Os parlamentares de MS o acompanharam com placas que diziam “Juntos com Deltan”. Em suas declarações em defesa do ex-deputado, ambos consideraram que a cassação foi uma forma de vingança contra Deltan.
Em um vídeo postado nas redes sociais, Ovando diz que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral foi “inconsequente e irresponsável”.
“Eles [os ministros] obedecem aquilo que o grande patrão determinou, isto é, Lula e todo o PT”, afirmou. Para Ovando, tirar o mandato do jurista foi uma forma de revanchismo pela atuação dele durante a Operação Lava Jato, que acabou com a prisão do atual presidente da República no Paraná.
Deltan era procurador da força tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF) antes de entrar para a política. Ele estava em seu primeiro mandato após conquistar mais de 340 mil votos no seu estado de origem.
Para concluir, o parlamentar sul-mato-grossense também cita a Bíblia e afirma que o processo jurídico está sendo atropelado e as regras sendo quebradas em nome de uma vingança.
Por sua vez, o Gordinho do Bolsonaro, que é do PL, um dos partidos de oposição ao atual governo, diz que a perda de mandato é injusta e fruto de uma perseguição política.
“É uma vergonha o que fizeram com o deputado, que teve seu mandato injustamente cassado. Estamos vivendo uma perseguição política como nunca antes na história do Brasil”, pontuou.
PROCURADOR DESCUMPRIU A LEI DA FICHA LIMPA
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acatou a ação proposta pela Federal Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e do Partido da Mobilização Nacional (PMN) que visava cassar o mandato do paranaense com base na Lei da Ficha Limpa.
De acordo com os ministros da Corte, Deltan não poderia ter deixado a carreira de procurador porque respondia a sindicâncias, reclamações disciplinares e pedidos de providências junto ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
A votação foi unânime e todos os membros do TSE, incluindo o presidente Alexandre de Moraes , seguiram o relator Benedito Gonçalves. Matéria do Folhapress mostrou que a votação durou cerca de minuto e ainda teve uma intervenção da defesa de Deltan.
Em última instância, o caso pode ser levado a julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em nota, Deltan afirmou estar indignado com a decisão do TSE e que está em curso no Brasil uma "vingança sem precedentes" contra "agentes da lei que ousaram combater a corrupção".
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