O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz, neste final de semana, sua primeira visita a Cuba desde o início de seu terceiro mandato. Acontece que a data da visita foi escolhida a dedo por integrantes do governo e pelo mandatário brasileiro.
Apesar da intenção do presidente de visitar Cuba já nos primeiros meses do ano, marcar a viagem para setembro, no momento em que ocorre a cúpula do G77+China, foi a solução encontrada para unir o útil ao agradável: realizar o desejo de Lula e, ao mesmo tempo, evitar mais desgastes e críticas sobre a relação do petista com governos comunistas.
A última visita de um mandatário brasileiro a Cuba foi em 2014, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) esteve em Havana.
O G77+China é um bloco que reúne países em desenvolvimento para articular e promover interesses econômicos coletivos e aumentar a capacidade de negociação dessas nações em importantes questões econômicas internacionais.
Apesar do forte apelo desenvolvimentista — e considerando a ânsia do atual governo de reposicionar o Brasil no cenário global –, tradicionalmente os chefes de Estado brasileiros não participam dos encontros da cúpula.
O bloco foi criado em 1964, ainda no contexto da Guerra Fria. O Brasil chegou a figurar entre os primeiros 77 signatários, mas o grupo cresceu e passou a contar com 134 nações.
O aglomerado de países foi fundamental para que a Assembleia Geral das Nações Unidas adotasse, em 1974, a “Declaração para o Estabelecimento de uma Nova Ordem Econômica Internacional”, contendo uma série de propostas defendidas pelas nações em desenvolvimento no sentido de reverter a dependência econômica em relação aos países desenvolvidos.
Ainda nessa mesma agenda, Lula tem dois encontros bilaterais que devem acontecer durante a estadia em Cuba. O primeiro deles será com o diretor-geral da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu.
Na sequência, o presidente brasileiro irá se reunir com o chefe do Executivo de Cuba, Miguel Díaz-Canel. As duas reuniões serão fechadas.
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